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quinta-feira, 18 de março de 2021

A esquerda reconhece convalescência do Prefeito Herzem Gusmão e demonstra respeito ao Ser Humano

 

"Acusar o Povo de Santo pela situação de agravamento do prefeito é criminoso, mau-caratismo e proselitismo religioso de quem tenta esconder que vendeu a alma por dinheiro fácil conseguido dos fiéis com temor, por estarem fragilizados."

*Herberson Sonkha

 

No início da tarde de sexta-feira (12) circulou uma mensagem bombástica que dizia que o prefeito reeleito de Vitória da Conquista, o Sr. Herzem Gusmão, hospitalizado desde o dia 26/12/2020 no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, havia morrido. Apesar da comoção, especulou-se em áudios que o prefeito tinha fibrose pulmonar, doença que transforma o tecido dos pulões numa espécie de chiclete (substituído pelo tecido cicatricial), causado por doenças intersticiais pulmonares (DIP) sem nenhuma força para dilatar e comprimir os alvéolos pulmonares.

Falou-se também em uma possível “morte múltipla de órgãos”, ocasião em que o médico plantonista da UTI abre protocolo e convoca a esposa e os filhos para decidir se desliga ou não os aparelhos que mantém o paciente mecanicamente “vivo”. Algumas situações podem caminhar para a morte cefálica (definição legal de morte) que tornam a situação mais complexa e, na maioria das vezes, irreversível.

Isso significa um quadro de parada de todas as funções, mesmo mantendo equipamento que estimula a função dos órgãos, mesmo não havendo severa agressão ou lesões graves no cérebro, este já não responde minimamente aos estímulos terapêuticos. Existe um bloqueio da circulação sanguínea, reduzindo o fluxo sanguíneo no cérebro que morre. Talvez a motivação dos áudios tenha sido por essas especulações.

Na mesma tarde, circulou uma nota oficial da assessoria pessoal do Sr. Herzem Gusmão não só informando aos munícipes conquistenses do agravamento da situação do prefeito, entubado às pressas na manhã do mesmo dia (12), como dava conhecimento também da ida urgente da esposa e dos filhos(as) para São Paulo. Mas, a nota nega o falecimento do prefeito.

O histórico do prefeito de fumante (30 anos) e diabético o torna vulnerável e o diagnóstico que testa positivo para Covid-19 mostrou isso desde o dia 06 de dezembro de 2020. Dias depois o prefeito foi internando (18/12/2020) no hospital Samur, momento em que respirava com dificuldade por meio de um cateter de oxigênio. Não havendo nenhuma melhora no seu quadro clínico, o prefeito embarcou para São Paulo no dia 01/01/2021 para ser internado no Hospital Sírio-libanês.

Chegou a ficar estável, mas na quinta-feira (11) por conta de evolução negativa em seu quadro clínico, o Sr. Herzem Gusmão, voltou para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pela segunda vez agudizado pela crise que decorre do comprometimento de mais 70% dos pulmões. A piora movimentou a cidade no sentido de mobilizar alguns religiosos protestantes fundamentalistas que o ajudaram a se eleger. Homens e mulheres fizeram uma corrente de orações na porta da prefeitura com intuito de ajudar.

Poderia ter sido apenas um ato de solidariedade a alguém no estado de saúde grave, atitudes louváveis com pedidos de intercessões pela melhora do prefeito, caso não fosse os impropérios contra quem nada fez de mau que pudesse agravar a situação do paciente acometido pelo coronavírus. Acusar o Povo de Santo pela situação de agravamento do prefeito é criminoso, mau-caratismo e proselitismo religioso de quem tenta esconder que vendeu a alma por dinheiro fácil conseguido dos fieis com temor, por estarem fragilizados.

A pastora Noelma Lucena Rodrigues Mateus, da igreja evangélica Tabernáculo do Espírito Santo, citada na NOTA DE REPÚDIO da Rede Caminho dos Búzios é a autora dos impropérios. E o faz numa demonstração inequívoca de racismo religioso, atribuindo a causa da doença e do agravamento do quadro clinico do Sr. Herzem Gusmão aos terreiros de candomblé e de umbanda da cidade. Segunda essa Senhora, os terreiros de Vitória da Conquista haviam se juntado para praticar uma espécie de exitosa feitiçaria contra o prefeito que o levou para a UTI. Admitindo que a força do encanto não só existe, como parece ser um arbítrio imbatível. Aliás, nos parece ser uma tarefa inescusável para os seguidores fundamentalistas do judaísmo-cristão, sobretudo àqueles que se arrogam vaidosamente da condição de autoridade por serem os únicos mandatários na terra da infalível proteção da "libertação e da cura".

Quanto ao estado grave do prefeito, Sr. Herzem Gusmão, nos colocamos na condição do outro fragilizado, demonstrando respeito a dor alheia. Neste sentido, vários movimentos ligados às organizações partidárias e sociais de esquerda numa demonstração de respeito, suspenderam o ato Fora Bolsonaro; pela vacina geral da população contra covid-19; Auxilio Emergencial de R$ 600,00 e; a urgente apuração e condenação dos culpados do bárbaro assassinato de Marielle Franco, que foi chamado para sexta (12).

No que pese todas as críticas comprovadas com farta materialidade que confirma que o prefeito cometeu crime eleitoral em 2020, a esquerda conquistense reconhece a condição humana das pessoas e as regras do jogo democrático. Por isso, segue lutando por igualdade socioeconômica e política (classe, raça e gênero) com mais conquistas populares para o município, sem prescindir do combate sistemático contra a destruição das políticas sociais por essa gestão do prefeito reeleito. Portanto, a esquerda agiu dessa forma em respeito à condição de convalescência do Ser Humano e teria feito isto por qualquer pessoa nessa condição, inclusive o prefeito, Sr. Herzem Gusmão.

É imprescindível reafirmar nossa práxis política emancipacionista neste momento de profundo ataque da extrema-direita bolsonarista à classe trabalhadora e populações subalternizadas. Os bolsonaristas continuam atentando contra valores de humanidade baseado na cultura de diversidade, em detrimento de atos humanos efetivos de compaixão e solidariedade ao próximo, excepcionalmente quando as circunstancias imponderáveis exige do ser humano mais cuidado com quem está fragilizado.

Isto só reafirma o compromisso inadiável desses movimentos com os valores humanos libertários, contra os quais esse governo municipal vem compactuando para promover a verdadeira destruição, fazendo couro ao movimento bolsonarista que o prefeito está vinculado.

Em relação ao crime de racismo religioso, tratado no primeiro momento em NOTA DE REPÚDIO pela Rede Caminhos dos Búzios, na sequência será devidamente responsabilizada pela legislação brasileira que condena essa prática de racismo religioso. Mas, não podemos nos desvencilhar da justiça social tão ausente neste governo municipal, se comparado as inúmeras práticas de injustiças cometidas pelo prefeito contra os servidores públicos municipais de Vitória da Conquista.

Peço vênia para tratar do histórico que qualifica o sujeito social do prefeito e de seu grupo de seguidores como bolsonarista, pois eles dão sustentação a esse modus operandi dentro da administração municipal. Por isso, quero fazer referência aos atos praticados pelo Sr. Herzem Gusmão à revelia das normas jurídico-administrativas que destoam dos preceitos da legalidade.

Não podemos nos esquecer de que a negligencia com as ciências, as pesquisas científicas e os protocolos contra pandemia editados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), propiciaram quase 400 óbitos na cidade e uma total incompreensão da população que foi “educada” pelo poder público municipal a não se preocupar com a letalidade do coronavírus. Por aqui, diz os representantes da governança municipal, a pandemia está controlada e por isso não existe problema algum em flexibilizar.

A legalidade como regra intransponível para maioria, enquanto prevalece a exceção como princípio que rege as relações de amizade estrita apenas para gestor e cargos de confiança, realçando a conduta criminosa de manter privilégios para uma minoria. Penso que qualquer servidor público municipal acometido por qualquer enfermidade grave, passível de atestado médico, após esgotar todos os prazos deve ser encaminhando a Previdência Social. Essa é a força da lei sendo cumprida ipsis litteris para concursados!

A lei diz que deve ser a partir do 16º dia de afastamento, emite-se a solicitação que encaminha o servidor (a) municipal para acompanhamento do INSS, caso permaneça a necessidade de manter a conduta médica do afastamento o próprio INSS estabelece o recebimento de auxílio-doença.

Assim diz a legislação é o governo municipal de Vitória da Conquista se tornou implacável no cumprimento dessas determinações da Seguridade Social. Diz-se que o afastamento sucessivo do servidor por um período de tempo com interlúdio inferior a 15 dias, obriga o município a informar a Previdência Social. Inegavelmente, o governo municipal tem atendido a essa legislação de modo inexorável para com todos(as) os (as) servidores(as) públicos(as) municipais.

Exceto para o servidor público municipal que ocupa o cargo eletivo de prefeito de Vitória da Conquista que está afastado há quase 100 dias de suas funções de chefe do poder executivo do governo local. O Sr. Herzem Gusmão se encontra internado em circunstância grave em outro estado, mas permanece recebendo normalmente o seu salário de prefeito.

O que configura a pertinência da máxima do coronelismo carlista que diz que “aos amigos os favores, aos inimigos a lei". Não deixa de ser uma lógica corporativista que depõe contra a República moderna, por isso não a considero como sendo da cepa teórica de Maquiavel, aliás, é de autoria dos detratores de sua obra “O Príncipe”.

Em verdade, “os meios não justificam os fins” e isso também nunca fora dito ou escrito por Maquiavel, por isso considero que é da responsabilidade da camarilha bolsonarista de bajuladores desse tipo de chefete do executivo do governo local. Àqueles edis ultraconservadores acostados no legislativo municipal pode até não terem cometidos os crimes contra o erário público, mas são empedernidamente cumplices dessas imoralidades.

Observem que existem vários servidores públicos municipais trabalhando na secretaria municipal de educação e outros tantos afastados porque estão acometidos pela síndrome do esgotamento profissional (síndrome de Burnout). Um tipo de distúrbio psíquico com maior incidência na docência em função dos altos níveis de estresse, estado emocional fragilizado que desequilibra professores(as).

A síndrome de Burnout se desenvolve em decorrência das péssimas condições de trabalho que torna a jornada extenuante, esfaltante por causa da superlotação de salas de aulas e da quantidade de turmas excessivas. No entanto, nenhum(a) dessas (as) profissionais estão em casa recebendo seu salário integralmente, antes enfrentaram uma verdadeira via-crúcis, passando por inúmeros constrangimentos na Secretaria Municipal de Educação para provar que suas indisposições decorrem de um quadro clínico psicossomático – síndrome de Burnout.

Para piorar a situação na docência, o diagnóstico que garante o direito ao afastamento para tratamento garantido pelo atestado médico ainda é um processo em curso que teve início a partir de maio de 2019 numa Assembleia Mundial da Saúde e só entrará em vigor a partir de 01/01/2022, contando apenas com a CID-10 como válvula de escape para evitar o suicídio.

Mesmo assim, a CID-11 (Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde), um direito conquistado na 11ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças, que passou a considerar o fenômeno ocupacional, deixando de ser uma indolência do(a) professor(as) na concepção conservadora da gestão municipal.

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