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Alves e Peterson: discutindo a política na cena da cidade
*por
Herberson Sonkha
O podcast produzido e vinculado nas mídias e redes sociais pelo apresentador Pedro Alexandre Massinha do programa Agito Geral, com Ricardo Alves e Ronny Peterson1 é uma proposta de discussão amistosa sobre política, um olhar sobre a cena política da cidade. As duas narrativas, uma sob a perspectiva da teoria crítica e a outra do liberalismo em sua vertente mais conservadora, oferece aos ouvintes uma discussão sem ódio e extremismos, mas composições distintas e muito bem definidas na arena da política institucional e partidária.
Neste
sentido, o texto em questão oferece uma perspectiva de análise crítica acerca
do bate-papo promovido por um determinado programa de rádio acessível às
populações e com significativa audiência nos bairros periféricos da cidade. O
principal foco da analise está direcionado ao radialismo eleitoreiro
ultraconservador, mas não descarta a alternativa de comunicação mais
democrática, a exemplo do “Agito Geral”.
A
centralidade consiste em tentar responder a uma pergunta cáustica que permanece
no ar mesmo agastando radialistas dentro e fora do governo municipal não quer
calar. Esta pergunta normalmente não constrange só aos grandes empresários de
notícias, mas também aos radialistas conservadores de Vitória da Conquista em
função de seus interesses mercenários que contempla as oligarquias políticas
conquistense e os grandes capitalistas que operam a “mão invisível” do mercado.
Esta
interrogação diz respeito ao conteúdo conservador velado que é dirigido
diariamente ao subconsciente da população conquistense que consome as
“informações” oferecidas por esses programas de rádios à sociedade como se
fosse uma função fática, sobretudo aquelas escritas com todo rigor gramatical
ou ainda aquela fala elaborada não menos corriqueira que atribui à narrativa a
propensão a verdade.
No
radialismo conquistense, com raríssimas exceções, nem sempre se garante a
notícia de fato, concede-se a opinião burlesca. Aliás, esse discurso funciona
muito mais como retorica do que efetivamente dever de ofício. Não se produz a
notícia com o mínimo de isenção de interesses políticos particulares,
frequentemente atravessada pelos negócios privados dos membros da classe
dominante socialmente burguesa, atropelando os interesses coletivos.
Esse
radialismo possui inclinações ideopolíticas que revela sua preferência e defesa
inexorável por uma calcificada direita tradicional carlista, dirigentes de
extrema-direita bolsonarista com mandato na institucionalidade (executivo ou
legislativo) ou ainda aquele grupo de empresários capitalistas com disposição
para financiar a rádio ou o programa com audiência. Afinal de contas, não é à
toa que a maioria das pessoas quase sempre são convencidas por essas
“informações”, principalmente para se posicionarem eleitoralmente sobre vários
assuntos complexos da política institucional no dia-a-dia.
É
pouco provável que numa sociedade de classes com dominação burguesa exista uma
notícia isenta de interesses, especialmente se for destituída de posições
ideológicas desta ou daquela classe social. Admitindo-se a impossibilidade
dessa isenção qual seria então a ideologia que mais orienta essa notícia?
Se
considerarmos como sendo razoável estabelecer um pressuposto científico para
investigar o teor dessas notícias, provavelmente encontraremos muito mais
elementos da ideologia da classe dominante presentes na linguagem oferecida
pelos meios de comunicação (privado), ou seja, uso demasiado do conceito
ideológico liberal e/ou ultraliberal sem igualdade de condição de visibilidade
para as linguagens epistemológicas anticapitalistas.
A
hipótese por empiria mais provável é a de que exista uma interposição de
linguagens construídas pelas epistemologias liberais perpassadas pelas suas
múltiplas atualizações (neoliberal e/ou ultraliberal) com enorme vantagem sobre
a partícula linguística anticapitalista. Aqui as empresas de notícias atuam em
grande medida como aparelho ideológico da comunicação de informações para
idealização no subconsciente da população de uma suposta sociedade perfeita
pensada idilicamente pelos pressupostos liberais.
Não se
pode negar que a compreensão das contradições nos meios de comunicações na
sociedade burguesa exige-se acessar a essencialidade das notícias, pois isso só
é possível por meio do exercício crítico do materialismo histórico dialético
que revelará a unidade aparente do pensamento liberal como ideia-força,
consubstanciada ora pelo social liberalismo, ora pelo ultraconservadorismo
oriundo do mainstream econômico, conforme a fase de reprodução e
desenvolvimento intermitente do capital e suas contradições que vai forçar o
liberalismo realizar upgrades para adequação a cada crise cíclica.
É
preciso salientar que o social liberalismo exerce uma relativa contraposição ao
estado mínimo dos liberais ultraconservadores, em função das divergências
pontuais que oferece um discurso discricionário mais crítico apenas para
preservar a própria liberdade de expressão dessas próprias empresas privadas de
notícias. Isto parece predominar nas empresas capitalistas de notícias e nos
diversos meios de comunicação privados que convertem a linguagem do
ultraliberalismo capitalista internacional numa benesse, algo de profundo valor
que funciona como se fosse uma única verdade nacional a ser seguida.
Coexiste
em contraposição a essa hegemonia ideológica liberal burguesa, os elementos
linguísticos anticapitalistas disputando a linguagem oficial para desconstruir
os elementos de dominação na linguagem geral, permitindo a correlação de forças
linguísticas entre as classes sociais antípodas.
Sendo
assim, considero que o podcasting (podcast) produzido pelo
programa “Agito Geral” acolhe essa partícula linguista neo ou ultraliberal
predominante, mas permite também a presença da linguagem anticapitalista,
produzida pela teoria crítica. As duas narrativas se enfrentam na arena onde desenvolve
o bate-papo promovido pelo programa “Agito Geral”, organizado Por Pedro
Alexandre Massinha mediador de uma emissora de rádio local (Vitória da
Conquista).
Neste
primeiro momento, observo qual é a predominância da linguagem liberal em
vigência (direita neoliberal e extrema-direita ultraliberal) identificando a
repetição de elementos ideológicos do liberalismo como padrão predominante na
totalidade (Brasil), evidenciando a correlação de forças no movimento de
classes antípodas na linguagem e como a hegemonia linguística da ideologia
liberal exerce a dominação.
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1Ronny Peterson é advogado e analista político. Ricardo
Alves é psicólogo, Babalorixá e estudante de jornalismo.
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