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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Alves e Peterson: discutindo a política na cena da cidade

 

 Observação I: O teor ideológico hegemônico subliminar na notícia conquistense e suas contradições. 

*por Herberson Sonkha

 

O podcast produzido e vinculado nas mídias e redes sociais pelo apresentador Pedro Alexandre Massinha do programa Agito Geral, com Ricardo Alves e Ronny Peterson1 é uma proposta de discussão amistosa sobre política, um olhar sobre a cena política da cidade. As duas narrativas, uma sob a perspectiva da teoria crítica e a outra do liberalismo em sua vertente mais conservadora, oferece aos ouvintes uma discussão sem ódio e extremismos, mas composições distintas e muito bem definidas na arena da política institucional e partidária.

Neste sentido, o texto em questão oferece uma perspectiva de análise crítica acerca do bate-papo promovido por um determinado programa de rádio acessível às populações e com significativa audiência nos bairros periféricos da cidade. O principal foco da analise está direcionado ao radialismo eleitoreiro ultraconservador, mas não descarta a alternativa de comunicação mais democrática, a exemplo do “Agito Geral”.

A centralidade consiste em tentar responder a uma pergunta cáustica que permanece no ar mesmo agastando radialistas dentro e fora do governo municipal não quer calar. Esta pergunta normalmente não constrange só aos grandes empresários de notícias, mas também aos radialistas conservadores de Vitória da Conquista em função de seus interesses mercenários que contempla as oligarquias políticas conquistense e os grandes capitalistas que operam a “mão invisível” do mercado.

Esta interrogação diz respeito ao conteúdo conservador velado que é dirigido diariamente ao subconsciente da população conquistense que consome as “informações” oferecidas por esses programas de rádios à sociedade como se fosse uma função fática, sobretudo aquelas escritas com todo rigor gramatical ou ainda aquela fala elaborada não menos corriqueira que atribui à narrativa a propensão a verdade.

No radialismo conquistense, com raríssimas exceções, nem sempre se garante a notícia de fato, concede-se a opinião burlesca. Aliás, esse discurso funciona muito mais como retorica do que efetivamente dever de ofício. Não se produz a notícia com o mínimo de isenção de interesses políticos particulares, frequentemente atravessada pelos negócios privados dos membros da classe dominante socialmente burguesa, atropelando os interesses coletivos.

Esse radialismo possui inclinações ideopolíticas que revela sua preferência e defesa inexorável por uma calcificada direita tradicional carlista, dirigentes de extrema-direita bolsonarista com mandato na institucionalidade (executivo ou legislativo) ou ainda aquele grupo de empresários capitalistas com disposição para financiar a rádio ou o programa com audiência. Afinal de contas, não é à toa que a maioria das pessoas quase sempre são convencidas por essas “informações”, principalmente para se posicionarem eleitoralmente sobre vários assuntos complexos da política institucional no dia-a-dia.

É pouco provável que numa sociedade de classes com dominação burguesa exista uma notícia isenta de interesses, especialmente se for destituída de posições ideológicas desta ou daquela classe social. Admitindo-se a impossibilidade dessa isenção qual seria então a ideologia que mais orienta essa notícia?

Se considerarmos como sendo razoável estabelecer um pressuposto científico para investigar o teor dessas notícias, provavelmente encontraremos muito mais elementos da ideologia da classe dominante presentes na linguagem oferecida pelos meios de comunicação (privado), ou seja, uso demasiado do conceito ideológico liberal e/ou ultraliberal sem igualdade de condição de visibilidade para as linguagens epistemológicas anticapitalistas.

A hipótese por empiria mais provável é a de que exista uma interposição de linguagens construídas pelas epistemologias liberais perpassadas pelas suas múltiplas atualizações (neoliberal e/ou ultraliberal) com enorme vantagem sobre a partícula linguística anticapitalista. Aqui as empresas de notícias atuam em grande medida como aparelho ideológico da comunicação de informações para idealização no subconsciente da população de uma suposta sociedade perfeita pensada idilicamente pelos pressupostos liberais.

Não se pode negar que a compreensão das contradições nos meios de comunicações na sociedade burguesa exige-se acessar a essencialidade das notícias, pois isso só é possível por meio do exercício crítico do materialismo histórico dialético que revelará a unidade aparente do pensamento liberal como ideia-força, consubstanciada ora pelo social liberalismo, ora pelo ultraconservadorismo oriundo do mainstream econômico, conforme a fase de reprodução e desenvolvimento intermitente do capital e suas contradições que vai forçar o liberalismo realizar upgrades para adequação a cada crise cíclica.

É preciso salientar que o social liberalismo exerce uma relativa contraposição ao estado mínimo dos liberais ultraconservadores, em função das divergências pontuais que oferece um discurso discricionário mais crítico apenas para preservar a própria liberdade de expressão dessas próprias empresas privadas de notícias. Isto parece predominar nas empresas capitalistas de notícias e nos diversos meios de comunicação privados que convertem a linguagem do ultraliberalismo capitalista internacional numa benesse, algo de profundo valor que funciona como se fosse uma única verdade nacional a ser seguida.

Coexiste em contraposição a essa hegemonia ideológica liberal burguesa, os elementos linguísticos anticapitalistas disputando a linguagem oficial para desconstruir os elementos de dominação na linguagem geral, permitindo a correlação de forças linguísticas entre as classes sociais antípodas.

Sendo assim, considero que o podcasting (podcast) produzido pelo programa “Agito Geral” acolhe essa partícula linguista neo ou ultraliberal predominante, mas permite também a presença da linguagem anticapitalista, produzida pela teoria crítica. As duas narrativas se enfrentam na arena onde desenvolve o bate-papo promovido pelo programa “Agito Geral”, organizado Por Pedro Alexandre Massinha mediador de uma emissora de rádio local (Vitória da Conquista).

Neste primeiro momento, observo qual é a predominância da linguagem liberal em vigência (direita neoliberal e extrema-direita ultraliberal) identificando a repetição de elementos ideológicos do liberalismo como padrão predominante na totalidade (Brasil), evidenciando a correlação de forças no movimento de classes antípodas na linguagem e como a hegemonia linguística da ideologia liberal exerce a dominação.

 

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1Ronny Peterson é advogado e analista político. Ricardo Alves é psicólogo, Babalorixá e estudante de jornalismo.

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