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quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

A “manada” de jacarés e a destruição comunista do Brasil pelo coronavírus

*por Herberson Sonkha

Para o professorado sem cátedra, sem leitura cientifica crítica e destituído moralmente da condição orgânica de classe trabalhadora, preterida pela classe média em troca de algumas migalhas e privilégios, a “manada” de jacarés diz a verdade quando afirma que o coronavírus é a estratégia comunista para tomar o país, destruir a pátria, exterminar a família e matar Deus. Por isso, tanto fascismo em aceitar as medidas preventivas das autoridades sanitárias contra a carga viral infectocontagiosa do Sars-Covid-19.

Além das lamentáveis mortes trágicas por coronavírus, o Brasil precisa enfrentar o vírus do ultraconservadorismo da “manada” de jacarés e sua estratégia e táticas fascistas milicianas contra as liberdades democráticas, em favor do livre mercado de capitais e pela dilapidação do patrimônio público por meio do enriquecimento ilícito de quadrilhas milicianas desviando dinheiro da educação, saúde e desenvolvimento social para grupos de empresários milicianos e religiosos fanáticos fundamentalistas corruptos.

Este sim é um outro problema gravíssimo, porque mostra o olhar criminoso do governo e sua trupe miliciana contra direitos sociais, econômicos e políticos conquistado pela luta do povo brasileiro. O presidente, cujo “olhar mata mais do que bala de carabina. Que veneno estriquinina. Que pexeira de baiano. Teu olhar mata mais que atropelamento de automover” é assertivo no alvo e, é, infinitamente mais mortal para a classe trabalhadora e as populações em múltiplas situações de risco do que qualquer outro vírus, como diz o refrão acima da música “Tiro ao Álvaro” de João Sabiá, eternizada pela interpretação sem igual e a voz espetacular de Elis Regina.

Depois de dois anos de intensos ataques bolsonaristas a direitos sociais e a destruição das instituições democráticas no Brasil, o inesquecível ano de 2020 está indo embora, mas o cenário desolador ainda é o mesmo de um campo de batalha que trava uma guerra que mal pode enterrar seus próprios mortos que tombam diariamente pelos tentáculos venenosos do coronavírus, deixando um rastro destruição e flagelo humano.

Neste momento em que nos aproximamos do final desse terrível ano de 2020, a estatística de óbitos já atinge a marca catastrófica de 1.8 milhão de corpos espalhados pelo mundo. São marcas indeléveis na memória e no sistema nervoso de todas as pessoas que acordam todos os dias atemorizadas pelo medo de perder a própria vida para a pandemia, uma verdadeira roleta russa que gira na direção de mais de 7,8 bilhões de pessoas distribuídas pelo globo terrestre.

A pandemia se alastrou violentamente pelos seis (6) continentes do planeta. Segundo o cálculo da Organização das Nações Unidas (ONU) pelo menos 40% dessa população mundial ainda está confinada por causa da Covid-19, isso corresponde a 3,89 bilhões de pessoas em 80 territórios.

No Brasil essa roleta russa é governada pela “manada” de jacarés, por isso tudo indica que esse cenário catastrófico se estenderá insolúvel por muito mais tempo, matando muita gente até o segundo semestre de 2021. A ausência de política institucional do governo federal mantém elevada a taxa de mortalidade no país em função da irresponsabilidade de uma casta miliciana-fascista de governantes que prefere não intervir com ações governamentais para controlar e reduzir a alta capacidade de transmissibilidade e letalidade do Sars-Covid-19.

Caso persistam nessa lógica fascista de fazer vistas grossas as aglomerações em praças, bares, boates, lojas, terminais de transbordo (interurbano e intermunicipal), praias e rios caudalosos que banham parte dos municípios brasileiros, vai morrer muito mais gente. Em países considerados materialmente mais avançados, com níveis de desenvolvimento em todos os três setores da produção (primário envolve a agricultura, a pecuária e o extrativismo animal e vegetal; secundário da indústria, da construção civil e; terciário são serviços) e detentoras de tecnologias de ponta, anunciam o retorno imediato de medidas de distanciamento, ativação de espaço clínico-hospitalar de isolamento e, em algumas situações mais graves, volta-se a falar em lockdown (confinamento).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem feito inúmeros investimentos em intensas campanhas publicitárias para massificação de propagandas educativas para convencer os governos decretar estado de emergência para aumentar recursos extraordinários para realizarem testagens em massa, ampliar investimento em equipamentos de tratamento intensivo, abrir mais vagas em leitos de UTI’s e adotar medidas mais rígidas contra a propagação da Covid-19 nas cidades.

Este tipo de campanha visa dialogar com as pessoas para despertar a consciência das populações mundiais acerca da urgente necessidade de manter o distanciamento, uso de máscara e álcool em gel, mas parecer não surtir nenhum efeito.

Governos comprometidos em eliminar a propagação da carga viral do coronavírus do convívio humano, adotam medidas mais rígidas, muitas delas antipopulares a exemplo das intervenções mais coercitivas, inclusive fazendo o uso de policiamento ostensivo para garantir o cumprimento do toque de recolher, evitar aglomerações e a efetividade das barreiras sanitárias. Aliás, realizam o monitoramento em tempo real de vias de circulação de pedestres e veículos automotivos para impedir a transmissão por circulação e controlar áreas urbanas infectadas pelo Covid-19.

Mas, isso tem um alto preço que é priorizar a vida humana independente da geolocalização no campo ou nas periferias, puxando com austeridade as rédeas do livre mercado e, de alguma maneira, vai impactar negativamente nas altas taxas de lucratividades de uma minúscula fatia de 1% de capitalistas quem sempre viveram como nababos, desfrutando das melhores mercadorias e serviços que a força de trabalho explorada pode produzir para mercado.

Ao mesmo tempo em que o coronavírus é a infelicidade mortal para as populações subalternizadas, é altamente lucrativo para empresários capitalistas gananciosos e carniceiros que vivem desses infortúnios, triplicando suas fortunas originadas da exploração da força de trabalho e do consumo da classe trabalhadora. Empresários capitalistas nunca tiveram e, certamente, não seria neste momento de angústia dessas populações que teriam minimamente qualquer tipo compromisso com a urgência dessas medidas de austeridade de mercado e afrouxamento de investimentos no social. Óbvio que vão preferir manter todos os setores da economia em pleno funcionamento (ou de qualquer jeito), sobretudo o comércio.

Dessa forma, a prioridade não é atender a nenhuma das recomendações de autoridades sanitárias com base nas recomendações da Organização Mundial de Saúde – OMS. Muitas empresas até adotam os protocolos sanitários para usarem como peças publicitárias para aumentar suas vendas. Mesmo assim, ainda é insuficiente para conter a velocidade de propagação, restringir a área de circulação do vírus para controlar e diminuir compulsoriamente o nível de contagio e letalidade viral.

Como querem os capitalistas definir o capitalismo como sistema econômico natural e última estação da humanidade (que eu discordo é óbvio), segundo eles ninguém pode interferir no livre mercado, o coração natural da cidade que pulsa diariamente bombando a produção, levando e trazendo capital que circula por todas as veias irrigando o sistema, oxigenando o trabalho para retroalimentar o capital, o vil metal.

Por isso, a cidade está funcionando dentro da “normalidade” como se não estivéssemos sob a égide desse destrutivo vírus responsável pelas centenas de milhares de mortes. O estado de demência de parte da população, empresários e políticos mostra o caráter “natural” do capitalismo que aliena e promove comportamentos de estranhamento diante de seu próprio sofrimento e/ou risco iminente de morte. Torna a sociedade um exército de trabalhadores-consumidores fantasmas “prontos” para morrer, totalmente alheios a realidade, como se fossemos personagens de mais uma superprodução cinematográfica desses lançamentos bem sucedidos de série de suspense com ficção cientifica da Netflix.

O estado de alheamento mental afeta também a maioria absoluta das representações empresariais do grande capital que controla a sociedade civil, de governos conservadores e de famílias tradicionais (inclui-se aí todas aquelas pessoas com orientação religiosa pentecostal de viés político de extrema-direita). Por isso, não ignoram o quadro pandêmico e seus efeitos destrutivos em proporções gigantescas.

A alienação causa essa sensação geral de que nada está acontecendo no país, as quase 200 mil mortes no Brasil parecem não refletir essa trágica situação pandêmica, pois não houve nenhum aprendizado que pudesse mudar radicalmente o comportamento gregário e a maneira de se relacionar com isolamento reverso interpessoal e entre os vários grupos sociais.

O que prevalece são as aglomerações festivas, comerciais, religiosas e políticas que atinge a maioria da população brasileira. Não há outro caminho senão aumentar o número de óbitos e hiper agravar o quadro clínico de pessoas nos vários grupos de riscos com comorbidades, aumentando a demanda por unidade de tratamento intensiva por causa de monitoramento cardiorrespiratório e outras sintomatologias, superlotando hospitais em busca de UTI’s. O histórico de demandas dessa natureza no Brasil já é deficitário porque não consegue ofertar leitos de UTI nem mesmo em situações normais, imagine num quadro de surto pandêmico.

Diante desse quadro desolador o que se espera para 2021 é o renascer imprescindível da consciência individual e coletiva da população que precisa despertar para a necessidade de uma reorientação radical nas relações interpessoais e coletivas, com base no distanciamento social, isolamento, uso de máscaras e álcool em gel. Embora a vacina seja uma resposta indispensável, não podemos acreditar que ela seja a única saída e, por isso, fiquemos brisados como vaca de presépio esperando a hora de morrer, depositando nossas expectativas nesta ou naquela vacina, pois essa ainda não é uma realidade factível para o Brasil.

Aliás, o principal governante do país em mais um de seus arroubos bizarros anunciou publicamente em suas redes sociais que não vai vacinar porque não concorda com o uso do antídoto contra a carga viral e seus seguidores fazem coro com essa ideia estapafúrdia. Nessa loucura criminosa, existe quem acredita que a vacina, seja ela qual for, vai provocar mutações genéticas no DNA da espécie humana brasileira, de modo que transformará a população brasileira numa imensa “manada” de jacarés porque faz parte da estratégia “comunista” do PT de tomar o país, destruir a pátria, exterminar a família e matar Deus.

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