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Prime Burguer, "a ‘boa’ propaganda é a alma do negócio”
"A
imagem do seu produto deve corresponder ao que será entregue ao comprador, e,
não uma outra coisa com aspecto repulsivo"
*por Herberson Sonkha
Em
tempos de pandemia de Covid-19, o isolamento social é uma exigência dos órgãos
internacionais de saúde (OMS) para evitar o contágio. A regra mundial é
preservar a vida! Por isso, a maioria das pessoas prefere não sair de casa e
optam por realizar compras de alimentos prontos por meio de aplicativos que
agenciam empresas que atuam no ramo de alimentação. Isso por conta da
comodidade que esse tipo de serviço de delivery oferece.
Não há como negar a facilidade, rapidez e praticidade na hora de escolher produtos com qualidade e aspecto apresentável. A necessidade de alimentar-se ‘nos levou a pedir refeições na empresa Prime Burguer na noite de ontem (27), por volta das 19 horas. A minha filha acessou pelo seu celular a empresa para comprar refeições, analisou todas as possibilidades, com base nos cardápios das empresas cadastradas no aplicativo, resolvemos comprar três lanches.
Tudo
muito prático, pois o aplicativo oferece a vantagem de fazer análise
comparativa de preço com base na variedade de cardápios montados por peças
publicitárias atrativas, contendo as fotos de todos os produtos disponíveis.
Essa praticidade explica o interesse de consumidores e o crescimento do
comércio eletrônico, analistas observam o aumento substancial de transações
virtuais realizadas durante a pandemia e apontam a reação do mercado com alta
da demanda espontânea e estimulada por esse tipo de serviço realizado a noite.
No
entanto, eles recomendam também observar o perfil da empresa, o portfólio de
produtos porque nem sempre o que se pede é o que chega em sua casa. Até então,
era muito tranquilo pedir refeições pela internet e depois qualquer internauta
habituado a frequentar essas plataformas virtuais já sabe que deve checar as
propagandas dos produtos expostos à venda.
A
propaganda (algumas fotos são meticulosamente tratadas no Photoshop) é usada
para informar o consumidor acerca dos produtos e das ofertas, já que a mesma
propõe despertar a atenção para estimular o consumo. Caso haja problema com um
ou outro item do portfólio só precisa informar ao fornecedor, confirmar a
devolução do produto e solicitar o reembolso — em tese.
Em
verdade, não foi bem isso que aconteceu naquela fatídica noite. O que poderia
ter sido apenas um procedimento administrativo seguro, se transformou numa
frustração e infortúnio. O “xis” da questão foi a forma desonesta da propaganda
e como a empresa reagiu ao ser contactada. Possivelmente, esse caso se enquadre
numa daquelas situações desconfortáveis em que a saída a francesa pode
significar uma tentativa de se eximir da responsabilidade com a devolução e
ressarcimento do valor pago à compradora.
A
empresa chegou a dizer que as fotos da propaganda, veiculadas ao aplicativo,
são apenas “fotos ilustrativas”. Demostrando ignorar o fato de que essas
imagens afetam (positiva ou negativamente) quaisquer relações comerciais que
exijam do consumidor o ato de fazer escolhas. Imagine uma situação em que a
imagem do produto no cardápio esteja desfocada, desbotada ou sem vivacidade
suficiente para convencer o consumidor a comprar aquele produto. Será que a
empresa manteria essas imagens? E o consumidor, compraria?
A
imagem do seu produto deve corresponder ao que será entregue ao comprador, e,
não uma outra coisa com aspecto repulsivo. A verdade é que algumas empresas
investem pesado na imagem, com a expectativa de mostrar as características de
maneira que faça a diferença. Contudo, o que vem ocorrendo com certa frequência
nesse tipo de compra não presencial é que muitas empresas acabam vendendo
produtos maquiados. Super produção de peças publicitárias, exagerando na
aparência de produtos. Quando isso acontece, a empresa está praticando a
“propaganda enganosa”.
O
crime consiste no fato de ignorar totalmente a força da imagem (imagética) que
tem a função de estimular a imaginação do consumidor nesse tipo de compra
virtual com base na imagem. Nesse sentido, uma boa foto é estratégica na hora
de escolher este ou aquele alimento a ser consumido, principalmente quando
saciedade e a fome falam mais alto. Aliás, todas as atenções estão voltadas
para aquelas fotos perfeitas…
No que
pese as fotos (material publicitário) disponíveis no aplicativo serem de
inteira responsabilidade de empresa que as escolhem como lhe convém apresentar
ao consumidor, é óbvio que a responsabilidade imediata é da empresa e,
subsidiariamente, da agenciadora.
O
CONAR, órgão fiscalizador de peças publicitárias no Brasil, recomenda as
empresas boas práticas na atividade publicitária. Por isso é importante
conhecer as diretrizes legais (Leis 4.680/1965 e no Decreto 57.690/1966)
contidas no Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária. Segundo a
jurista Elisângela Ortiz em artigo recente — A (boa) propaganda é a alma do negócio
— adverte que o velho ditado “A propaganda é a alma do negócio” só não constitui
crime se for pautado pela ética, idoneidade e respeito ao consumidor, condição sine
qua non para atribuir autenticidade a alma dessa propaganda.
A
Prime Burguer precisa entender que a propaganda comercial ativa positivamente o
desejo, despertando a necessidade de compra do consumidor baseado na imagem
oferecida para mostrando o produto. A propósito, salvo melhor juízo, nenhuma
empresa faz propaganda negativa de si mesma.
Foi a
“foto ilustrativa” que nos motivou a comprar os lanches naquela noite. Verdade
seja dita, o pedido chegou dentro do tempo previsto de entrega, que foi
implacavelmente cumprido. Contudo, todavia, a empresa Prime Burguer entregou
outro produto, absolutamente deferente daquela que nos levou a comprar os
lanches. A propaganda enganosa é crime e, quem o fizer, estará sujeito a
infração com pena de detenção de três meses a um ano e mais multa.
Peço
vênia ao meu leitor, que neste momento deve estar se perguntando se esse caso
se enquadra necessariamente nessa situação extrema de propaganda enganosa, para
indagar a situação acerca da condição humana de ter expectativa de se alimentar
e, após esperar minutos a fio pelo alimento, tem a sua necessidade frustrada.
Todas às três pessoas que aguardavam pela refeição naquela noite (há quase uma
hora) tinham expectativas com o serviço de delivery de hambúrguer. Por isso,
nós consideramos que sim.
Independentemente
do que seja, estamos falando de alimento vendido como produto com alto valor
agregado por ter uma suposta qualidade e alto padrão de cozinha. Por isso, são
tão caros. Foi entregue? Sim! Mas, foi entregue aquilo que foi prometido? Não!
Buscou-se resolver? Sim! Mas, resolver para a compradora tem o mesmo sentido
dado pela empresa Prime Burguer? Não! Além de não entregar o que foi comprado,
a empresa Prime Burguer tentou enganar pela segunda vez a compradora. O que
caracteriza a intenção de enganar, pois, a empresa estava convicta que o erro
era de todos nós. Quer dizer, o erro era meu porquê fiz o contato com a Prime
Burguer.
A foto
no aplicativo fez uma propaganda que nos induziu a comprar o produto, portanto
fomos induzidos ao erro de comprar para consumir algo que na foto apresenta
certas características de um produto com excelente qualidade e aparência
desejável. Basta observar a foto mostrada no aplicativo e a foto tirada por mim
dos produtos recebidos assim que chegaram, postada no início dessa matéria.
Após
receber e pagar pelo produto na portaria do condomínio, voltei para o
apartamento com expectativas. Ao abrir a embalagem foi surpreendido e para
infelicidade coletiva todos estavam com aspectos igualmente ruins, causando uma
sensação angustiante de que fomos enganados. Imediatamente liguei para a
empresa Prime Burguer, após três tentativas por um número e duas pelo serviço
0800 disponível no aplicativo, atenderam a ligação e pediram para mandar
mensagens pelo WhatsApp e o fiz.
A partir
desse momento começou a via-crúcis, inúmeras tentativas frustradas e
frustrantes para convencer a empresa Prime Burguer que compramos o que estava
na propaganda da empresa no aplicativo e recebemos uma outra coisa. A empresa
permaneceu dizendo o tempo todo que eu relatasse o problema porque a Prime
Burguer estava disponível para resolver a situação através do diálogo e da
paciência, sem cogitar a possibilidade de não estarmos errados.
Como
arquivei toda a conversa, vou livrar você caro leitor de todo esse imbróglio e
dos por menores de quizila desconfortável. Mas, concluo afirmando
peremptoriamente que ficamos com o prejuízo porque diferente do lanche da
propaganda, não comemos os lanhes que foram entregues porque estavam
incompletos e tinham aspectos repulsivos.
____________________________
*Herberson Sonkha é ex-professor de
Filosofia e Sociologia e ex-coordenador pedagógico no Zênite Pré-Vestibular e
Cursos de Conquista e Guanambi. Estudante de Ciências Econômicas na
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Foi gestor administrativo
lotado no Hospital de Base de Vitória da Conquista. Foi do Comitê Gestor da
Secretaria Municipal de Educação de Anagé. Presidiu o Conselho Municipal de
Educação de Anagé. Coordenou o Programa Municipal Mais Educação e a Promoção da
Igualdade Racial do município de Anagé. Foi Vice-Bahia da União Brasileira de
Estudante (UBES) e Coordenador de Cultura da União Municipal dos Estudantes
Secundaristas de Vitória da Conquista (UMES). Militante e ex-dirigente nacional
de Finanças e Relações Institucionais e Internacional dos Agentes de Pastorais
Negros/Negras do Brasil. Ex-membro dirigente do Coletivo Ética Socialista
(COESO) organização radical de esquerda do Partido dos Trabalhadores.
Atualmente é filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) vinculado a
corrente Fortalecer PSOL.
Todas vezes que eu fui no prime burguer fui muito bem tratado inclusive... Fora que a carne deles e excelente um dos melhores hambúrguers de conquista
ResponderExcluirGostamos muito do lanche de lá sempre pedimos. Vc deve estar enganado condiz sim com a verdade.
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