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domingo, 14 de junho de 2020

A bolsonarista Lucimar Cruz é um peso morto sobre os ombros do PT Conquistense


*por Herberson Sonkha


Nada mais cômodo para os bolsonaristas milicianos de verve fascista do que o negacionismo científico porque visa deslegitimar o constructo mental da esquerda. Mesmo assim, ainda não há nenhuma teoria reconhecida pelo mundo das ciências exatas e da terra que negue a hipótese confirmada pela lei de Coulomb (Charles Augustin Coulomb). Essa lei explica as forças de interação (atração e repulsão), admitindo que os opostos se repilam mutuamente, do mesmo modo em que os iguais também se atraem mutuamente.

Nessa perspectiva, eu suspeito que o estranhamento do ex-prefeito Guilherme Menezes a certas condutas duvidosas de representantes de condomínios aristocráticos de poder pode ter explicação nessa lei da atração e repulsão. É uma observação feita das narrativas e da práxis política de cada sujeito dentro do partido e o posicionamento ideológico na dinâmica institucional da sociedade.

As pessoas acham absolutamente estranho que o jeito do ex-prefeito de Vitória da Conquista, laureado com vários prêmios como gestor, seja de estranhamento por causa dessa propensão natural para afugentar gente conservadora e interesseira. Isso já rendeu horas a fio de conversas polêmicas dentro do Partido dos Trabalhadores sobre o “irritante” pendor de Guilherme Menezes.

Não conto às vezes em que se ouviu do próprio Guilherme Menezes defesas sóbrias de posições firmes dentro do partido (em reuniões de comitê de campanha ou até mesmo como mandatário) sobre a necessidade de se ter condições éticas para se ganhar qualquer eleição. Além da questão ideológica que direcionava a luta no sentido de organizar e beneficiar a classe trabalhadora e as diversas populações empobrecidas por meio de políticas públicas, esse lembrete vinha sempre acompanhado por uma advertência providencial, que era a preservação da idoneidade ideopolítica do partido, da capacidade técnica da gestão e da não destruição da alma do projeto pensado coletivamente para a cidade.

Essas condições ainda são sine qua non nas disputas eleitorais e no modo de governar defendido por ele. Embora todos nós soubéssemos que isso não tenha pesado tanto na hora de escolher lideranças para compor a lista de pré-candidaturas pelo PT, sobretudo aquelas que encampem a luta em defesa de um Projeto coletivo de cidade.

Aquiescendo com Guilherme Menezes para reafirmar que é imprescindível disputar uma eleição correndo o risco de não vencer, mas não se pode perder a coerência. Mesmo que isso leve mais tempo do que o planejado e exija escolher bem a estratégia, de maneira a orientar a tática e a práxis política do staff.

É com esse espírito crítico, para além do senso comum, que li no blog de Paulo Nunes a publicação "Lucimar Cruz declara apoio a Karine Borges e Zé Raimundo pré-candidato pelo Partido dos Trabalhadores (PT)” no dia 12/06/2020. A foto emblemática com algumas poucas palavras fugidias sobre um apoio à candidatura a prefeito pelo Partido dos Trabalhadores (PT) imbricada ao apoio a uma filiada ao PT que é pré-candidata a vaga no legislativo municipal. Essa imagem me causou estranhamento e certamente causaria estranheza a qualquer militante orgânico de esquerda.

O filosofo chinês Confúcio (Chiu Kung) considerava que uma imagem valia mais que mil palavras. Isto vem gerando muita polêmica no mundo contemporâneo das comunicações visuais, entre fotógrafos e jornalistas, que em certa medida se apropriaram no sentido de ser uma hipotética mensagem detentora de verdade existente numa fotografia.

Talvez seja essa a justificativa dada ao veículo de comunicação pela minúscula nota que nada diz de substancial que justificasse tal apresentação ou a modalidade de “arguição” à sociedade conquistense sobre os reais motivos pessoais que levaram essa senhora bolsonarista a apoiar uma candidatura petista a prefeito e ao parlamento.

Digo pessoal porque não conheço nenhuma motivação coletiva dessa senhora bolsonarista que resultasse em uma ação de relevância par a cidade que pudesse agregar valor à militância. Isto nunca fora realizada em qualquer lugar de Vitória da Conquista (no estado da Bahia ou mesmo no país) que merecesse destaque pelo merecido convencimento desta “liderança”, tida na conta da bajulice com uma “excelente” aquisição.

Aliás, minto. Peço vênia pela mentira. Lembro-me sim dessa senhora bolsonarista vestindo verde-amarelo na praça do Gil chamando o PT de quadrilha de petralhas. Um gado de classe média desfilando em seus carrões no movimento pró-impeachment e gritando que os prefeitos do PT de Vitória da Conquista eram corruptos. É! Recordo-me de ter expulsado essa senhora bolsonarista do grupo de apoiadores á deputado federal Jorge Solla por esse mesmo motivo.

Essa senhora bolsonarista do PMDB Mulher fez defesa pública do golpe de 2016 que depôs uma presidente honesta Dilma Rousseff; prendeu arbitrariamente o ex-presidente Lula sem nenhuma prova e ajudou a pavimentar a eleição de um fascista para presidente apoiado na circulação de mentiras (a exemplo da mamadeira de piroca criada para destruir a imagem Fernando Haddad) produzidas pela indústria da boataria de fake news.

 Convenhamos, né? Já faz muito tempo que o partido se desobrigou da responsabilidade de acompanhar ideologicamente mandatos e a composição da lista de nomes ao parlamento municipal. Com raríssimas exceções, a lista não é nada crível. A mais abominável dessas aquisições bizarras é a do vereador Cicero Custódio (PSL), principal responsável pela situação de passivo trabalhista da Hospec. O edil se negou a comparecer ao Conselho Municipal de Saúde para dar explicações ao Controle Social sobre aplicação de recursos do SUS, situação dos funcionários e a falência da Hospec – que já mudou o nome várias vezes.

Este caso mereceu atenção do CMS porque a situação dos trabalhadores da saúde daquela instituição é de se sensibilizar pela manobra fraudulenta, aliás, esses profissionais da saúde dedicaram suas vidas trabalhando por anos naquele hospital e tiveram seus direitos cinicamente expropriados. Essas coisas repulsivas e asquerosas passaram a ser importantes dentro do partido, uma vez que começou a ter peso na hora de definir quem é importante, quem entra ou quem sai da lista de pré-candidatos do partido. E isso que define a regra desse jogo é o vale-tudo.

Parece-me que esses valores substanciais engendrados pela esquerda não exercem nenhuma força, pois nada disso conta para esse tipo de direção conciliatória do Partido dos Trabalhadores. O que conta mesmo é culto a fetichização da cadeira de vereador para essa parcela que ficaram depois da margem de escolha na última legislatura (2016-2020). Eu diria que o nonsense é a régua que mede a importância desse tipo de gente como critério maior, funcionando contra as pouquíssimas exceções que ainda existem no partido.

A obsessão pelos mimos, pelos privilégios, pelo status quo oferecida pela passageira grana galgou o lugar central nessa idealização imagética do ser ordinário, individualista, venal e altamente negociável de vantagens pessoais. A frugalidade de um anúncio parece ser o novo “conteúdo” que norteia essas escolhas. Eis aí a novidade, a pujança da jovialidade jogando à pá-de-cal em uma das mais importantes organizações partidárias de esquerda da América Latina.

A gastura com a nota do blog causa-me muita reflexividade, pois o elóquio diz em tom obsequioso que “esta eleição será sobre quem terá o poder de moldar a população”. O verbo usado em tom enfático foi o MOLDAR. Um verbo transitivo direito usado para designar ação de manipular massa no sentido de esculpir, dar formas e contornos em barro, cera e ou gesso – mas no campo das ideias sociopolíticas significa manobrar, enganar, ludibriar e qualquer verbo que expresse lesar a ideia alheia.

Isso significa que o verbo evocado no elóquio por essa senhora bolsonarista precisa ser complementado pelo substantivo população, sem o qual a frase fica incompleta. Quem molda, modela algo ou alguém sem forma. Portanto, essa senhora bolsonarista continua politicamente retrograda e reacionária como “dantes”, pois ela faz política com as mãos manipulando a matéria prima, que na concepção dela é a população que não superar a condição argila e água, ou seja, de barro, cera ou gesso.

É exatamente dessa forma que funciona a mentalidade escrota e opressora das “elites do atraso” no dizer do sociólogo Jesse Souza, que orienta o comportamento anacrônico desses seres abjetos em cada eleição. É dessa forma execrável que se enxergam as nossas populações (local, estadual e nacional), apenas como massa de manobra eleitoral pronta para ser modela de acordo com a conveniência deste ou daquela candidata.

Como povo é substantivo, lembrando que a expressão população singulariza a discussão no sentido de que é um “conjunto de pessoas que compõem uma categoria particular”, portanto não é sinônimo de povo. Essa mentalidade na política olha para as populações como se elas fossem uma massa disforme, amórfica e sujeita a qualquer mão aviltante que a aperte até extrair alguma coisa que dê sentido aos espremedores de votos.  E espremem as populações negras, mulheres, gênero e LGBT gota-a-gota até conseguir chegar ao parlamento.

A segunda consideração a ser feita é sobre a “nossa tão amada cidade de Vitória da Conquista”, pois não passa de uma pobre narrativa cavilosa porque essa senhora bolsonarista ajudou a eleger um presidente miliciano fascista e o atual prefeito. Se a cidade está passando por tudo de desagradável e de retrocesso socioeconômico e político, essa senhora bolsonarista tem total responsabilidade.

E pela análise discurso dessa narrativa retrograda que observo que não houve nenhuma mudança substancial na compreensão de mundo dessa senhora bolsonarista. O que houve foi apenas mais uma parada forçada para passar a chuva ácida de críticas que recai sobre esse gado politicamente mercenário. Não tem esse negócio ardiloso de dizer: “fui enganada”; “eu não sabia”; “não sou política”.

É discurso para enganar gente incauta ou carreirista que vê um lugar ”vago” no trem descarrilhado do oportunismo político como fazem os adeptos de direita e extrema-direita. A política para essa gente de direita e extrema-direita continua sendo uma oportunidade para enriquecimento ou de troca de favores espúrios. E o faz de maneira consciente e estratégica, não existe amadorismo na ação política dessa gente bolsonarista. Lembro-me exatamente como foi lá em 2018...

Por fim, dizer que apesar de ser um elóquio obsequioso carrega pistas que revela como o pensamento conservador na política pode ser percebido, antes de culminar em problemas lá na frente. Quando ela diz “Confio esta responsabilidade, apenas em pessoas em quem acredito que seja realmente qualificadas” eu fico me perguntando: por que só agora as vésperas das eleições com pesquisa que coloca o PT em vantagem na preferência eleitoral o partido passar a ter gente qualificada? Não foi esse o mesmo Zé Raimundo daquela campanha de 2016, achacado e linchado moralmente por pertencer ao PT por essa mesma gente bolsonarista? De que fidelidade e a quais valores essa senhora bolsonarista defende mesmo? Em que medida a luta que essa senhora bolsonarista advoga é diferente daquela individualista que só beneficia ela mesma?

Sigo a via-crúcis do partido que carrega o peso-pesado da CRUZ ao sabor da liquidação moral degradante dessa gente bolsonarista que desfruta desde sempre o lugar de privilegio na sociedade e muda de lugar como a mestra destreza que se troca de camisa. A narrativa visa enganar pessoas incautas e/ou carreiristas, porquanto ela chega ao desplante de dizer que “a linguagem de ódio que ouvimos de figuras públicas não representa o verdadeiro espírito desta cidade” como se ela estivesse isenta dessa hedionda parte da história fascista do Brasil. Age como se não houvesse qualquer responsabilidade com a eminencia dessa narrativa de ódio que ela ajudou a construir contra classe trabalhadora, gênero e orientação sexual.

Mas, qual é mesmo o verdadeiro espirito desta cidade chamada Vitória da Conquista? De qual crueldade essa senhora bolsonarista está falando? De si mesma? Quando essa senhora bolsonarista diz “nosso lema” quem é esse “nosso” e a que lema ela se refere? Não muito distante ela me responde com a mesma torpeza dos fascistas milicianos bolsonaristas: Deus. Só não explica teórica ou teologicamente (não é o propósito desse elóquio obsequioso) que esse deus de letra minúscula cultuado por fascistas é um deus bufão, fanfarrão, lacaio, frouxo, perseguidor, estuprador, assassino e autocrático.

Um deus do Estado mínimo, guardião da propriedade privada e do livre mercado, coveiro do Estado de exceção, que autoriza torturador, estuprador, exterminador de juventude negra e do feminicídio. Essa senhora bolsonarista é gado do bolsonarismo corrupto, miliciano e fascista. Não tem moral para falar em “estado de bem estar social” para os conquistenses. Só uma candidatura com fetiche pelo condomínio de poder poderia incorporar uma desídia dessa natureza.

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Meu passado é do PSDB que não apoia, hoje, Bolsonaro. O PSDB é antifacista.
    Além da minha militância ter iniciado no PT aos meus 16 anos, quem você quer atingir jovem?
    Pois você não me conhece, nada sabe sobre a minha história.
    Suas injúrias, difamações e calúnias são gravíssimas,além da acusação que me faz dizendo que faço parte de um grupo de milicianos, não jogue sobre mim suas frustrações, disseminando o seu ódio e veneno, nada disso tem haver comigo.
    Não sou bolsonarista, nunca fui e jamais serei.
    Só lembrando que espalhar notícias falsas (Fake News) é crime.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Isso é inacreditável! Estamos realmente no fim do túnel. É uma vergonha ! Um absurdo! Decepção!

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