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A bolsonarista Lucimar Cruz é um peso morto sobre os ombros do PT Conquistense
*por
Herberson Sonkha
Nada mais cômodo para os bolsonaristas milicianos de verve fascista do que o negacionismo científico porque visa deslegitimar o constructo mental da esquerda. Mesmo assim, ainda não há nenhuma teoria reconhecida pelo mundo das ciências exatas e da terra que negue a hipótese confirmada pela lei de Coulomb (Charles Augustin Coulomb). Essa lei explica as forças de interação (atração e repulsão), admitindo que os opostos se repilam mutuamente, do mesmo modo em que os iguais também se atraem mutuamente.
Nessa
perspectiva, eu suspeito que o estranhamento do ex-prefeito Guilherme Menezes a
certas condutas duvidosas de representantes de condomínios aristocráticos de
poder pode ter explicação nessa lei da atração e repulsão. É uma observação
feita das narrativas e da práxis política de cada sujeito dentro do partido e o
posicionamento ideológico na dinâmica institucional da sociedade.
As
pessoas acham absolutamente estranho que o jeito do ex-prefeito de Vitória da
Conquista, laureado com vários prêmios como gestor, seja de estranhamento por
causa dessa propensão natural para afugentar gente conservadora e interesseira.
Isso já rendeu horas a fio de conversas polêmicas dentro do Partido dos
Trabalhadores sobre o “irritante” pendor de Guilherme Menezes.
Não
conto às vezes em que se ouviu do próprio Guilherme Menezes defesas sóbrias de
posições firmes dentro do partido (em reuniões de comitê de campanha ou até
mesmo como mandatário) sobre a necessidade de se ter condições éticas para se
ganhar qualquer eleição. Além da questão ideológica que direcionava a luta no
sentido de organizar e beneficiar a classe trabalhadora e as diversas
populações empobrecidas por meio de políticas públicas, esse lembrete vinha
sempre acompanhado por uma advertência providencial, que era a preservação da
idoneidade ideopolítica do partido, da capacidade técnica da gestão e da não
destruição da alma do projeto pensado coletivamente para a cidade.
Essas
condições ainda são sine qua non nas disputas eleitorais e no modo de
governar defendido por ele. Embora todos nós soubéssemos que isso não tenha
pesado tanto na hora de escolher lideranças para compor a lista de
pré-candidaturas pelo PT, sobretudo aquelas que encampem a luta em defesa de um
Projeto coletivo de cidade.
Aquiescendo
com Guilherme Menezes para reafirmar que é imprescindível disputar uma eleição
correndo o risco de não vencer, mas não se pode perder a coerência. Mesmo que
isso leve mais tempo do que o planejado e exija escolher bem a estratégia, de
maneira a orientar a tática e a práxis política do staff.
É com
esse espírito crítico, para além do senso comum, que li no blog de Paulo Nunes
a publicação "Lucimar Cruz declara apoio a Karine Borges e Zé
Raimundo pré-candidato pelo Partido dos Trabalhadores (PT)” no dia 12/06/2020.
A foto emblemática com algumas poucas palavras fugidias sobre um apoio à
candidatura a prefeito pelo Partido dos Trabalhadores (PT) imbricada ao apoio a
uma filiada ao PT que é pré-candidata a vaga no legislativo municipal. Essa
imagem me causou estranhamento e certamente causaria estranheza a qualquer
militante orgânico de esquerda.
O
filosofo chinês Confúcio (Chiu Kung) considerava que uma imagem valia mais que
mil palavras. Isto vem gerando muita polêmica no mundo contemporâneo das
comunicações visuais, entre fotógrafos e jornalistas, que em certa medida se
apropriaram no sentido de ser uma hipotética mensagem detentora de verdade
existente numa fotografia.
Talvez
seja essa a justificativa dada ao veículo de comunicação pela minúscula nota
que nada diz de substancial que justificasse tal apresentação ou a modalidade
de “arguição” à sociedade conquistense sobre os reais motivos pessoais que
levaram essa senhora bolsonarista a apoiar uma candidatura petista a prefeito e
ao parlamento.
Digo
pessoal porque não conheço nenhuma motivação coletiva dessa senhora
bolsonarista que resultasse em uma ação de relevância par a cidade que pudesse
agregar valor à militância. Isto nunca fora realizada em qualquer lugar de
Vitória da Conquista (no estado da Bahia ou mesmo no país) que merecesse
destaque pelo merecido convencimento desta “liderança”, tida na conta da
bajulice com uma “excelente” aquisição.
Aliás,
minto. Peço vênia pela mentira. Lembro-me sim dessa senhora bolsonarista
vestindo verde-amarelo na praça do Gil chamando o PT de quadrilha de petralhas.
Um gado de classe média desfilando em seus carrões no movimento pró-impeachment
e gritando que os prefeitos do PT de Vitória da Conquista eram corruptos. É!
Recordo-me de ter expulsado essa senhora bolsonarista do grupo de apoiadores á
deputado federal Jorge Solla por esse mesmo motivo.
Essa
senhora bolsonarista do PMDB Mulher fez defesa pública do golpe de 2016 que
depôs uma presidente honesta Dilma Rousseff; prendeu arbitrariamente o
ex-presidente Lula sem nenhuma prova e ajudou a pavimentar a eleição de um
fascista para presidente apoiado na circulação de mentiras (a exemplo da
mamadeira de piroca criada para destruir a imagem Fernando Haddad) produzidas
pela indústria da boataria de fake news.
Convenhamos, né? Já faz muito tempo que o
partido se desobrigou da responsabilidade de acompanhar ideologicamente
mandatos e a composição da lista de nomes ao parlamento municipal. Com
raríssimas exceções, a lista não é nada crível. A mais abominável dessas aquisições
bizarras é a do vereador Cicero Custódio (PSL), principal responsável pela
situação de passivo trabalhista da Hospec. O edil se negou a comparecer ao
Conselho Municipal de Saúde para dar explicações ao Controle Social sobre
aplicação de recursos do SUS, situação dos funcionários e a falência da Hospec
– que já mudou o nome várias vezes.
Este
caso mereceu atenção do CMS porque a situação dos trabalhadores da saúde
daquela instituição é de se sensibilizar pela manobra fraudulenta, aliás, esses
profissionais da saúde dedicaram suas vidas trabalhando por anos naquele
hospital e tiveram seus direitos cinicamente expropriados. Essas coisas
repulsivas e asquerosas passaram a ser importantes dentro do partido, uma vez
que começou a ter peso na hora de definir quem é importante, quem entra ou quem
sai da lista de pré-candidatos do partido. E isso que define a regra desse jogo
é o vale-tudo.
Parece-me
que esses valores substanciais engendrados pela esquerda não exercem nenhuma
força, pois nada disso conta para esse tipo de direção conciliatória do Partido
dos Trabalhadores. O que conta mesmo é culto a fetichização da cadeira de
vereador para essa parcela que ficaram depois da margem de escolha na última
legislatura (2016-2020). Eu diria que o nonsense é a régua que mede a
importância desse tipo de gente como critério maior, funcionando contra as
pouquíssimas exceções que ainda existem no partido.
A
obsessão pelos mimos, pelos privilégios, pelo status quo oferecida pela
passageira grana galgou o lugar central nessa idealização imagética do ser
ordinário, individualista, venal e altamente negociável de vantagens pessoais.
A frugalidade de um anúncio parece ser o novo “conteúdo” que norteia essas
escolhas. Eis aí a novidade, a pujança da jovialidade jogando à pá-de-cal em
uma das mais importantes organizações partidárias de esquerda da América
Latina.
A
gastura com a nota do blog causa-me muita reflexividade, pois o elóquio diz em
tom obsequioso que “esta eleição será sobre quem terá o poder de moldar a
população”. O verbo usado em tom enfático foi o MOLDAR. Um verbo transitivo
direito usado para designar ação de manipular massa no sentido de esculpir, dar
formas e contornos em barro, cera e ou gesso – mas no campo das ideias
sociopolíticas significa manobrar, enganar, ludibriar e qualquer verbo que
expresse lesar a ideia alheia.
Isso
significa que o verbo evocado no elóquio por essa senhora bolsonarista precisa
ser complementado pelo substantivo população, sem o qual a frase fica
incompleta. Quem molda, modela algo ou alguém sem forma. Portanto, essa senhora
bolsonarista continua politicamente retrograda e reacionária como “dantes”,
pois ela faz política com as mãos manipulando a matéria prima, que na concepção
dela é a população que não superar a condição argila e água, ou seja, de barro,
cera ou gesso.
É
exatamente dessa forma que funciona a mentalidade escrota e opressora das
“elites do atraso” no dizer do sociólogo Jesse Souza, que orienta o
comportamento anacrônico desses seres abjetos em cada eleição. É dessa forma
execrável que se enxergam as nossas populações (local, estadual e nacional),
apenas como massa de manobra eleitoral pronta para ser modela de acordo com a
conveniência deste ou daquela candidata.
Como
povo é substantivo, lembrando que a expressão população singulariza a discussão
no sentido de que é um “conjunto de pessoas que compõem uma categoria
particular”, portanto não é sinônimo de povo. Essa mentalidade na política olha
para as populações como se elas fossem uma massa disforme, amórfica e sujeita a
qualquer mão aviltante que a aperte até extrair alguma coisa que dê sentido aos
espremedores de votos. E espremem as
populações negras, mulheres, gênero e LGBT gota-a-gota até conseguir chegar ao
parlamento.
A
segunda consideração a ser feita é sobre a “nossa tão amada cidade de Vitória
da Conquista”, pois não passa de uma pobre narrativa cavilosa porque essa
senhora bolsonarista ajudou a eleger um presidente miliciano fascista e o atual
prefeito. Se a cidade está passando por tudo de desagradável e de retrocesso
socioeconômico e político, essa senhora bolsonarista tem total
responsabilidade.
E pela
análise discurso dessa narrativa retrograda que observo que não houve nenhuma
mudança substancial na compreensão de mundo dessa senhora bolsonarista. O que
houve foi apenas mais uma parada forçada para passar a chuva ácida de críticas
que recai sobre esse gado politicamente mercenário. Não tem esse negócio
ardiloso de dizer: “fui enganada”; “eu não sabia”; “não sou política”.
É
discurso para enganar gente incauta ou carreirista que vê um lugar ”vago” no
trem descarrilhado do oportunismo político como fazem os adeptos de direita e
extrema-direita. A política para essa gente de direita e extrema-direita
continua sendo uma oportunidade para enriquecimento ou de troca de favores
espúrios. E o faz de maneira consciente e estratégica, não existe amadorismo na
ação política dessa gente bolsonarista. Lembro-me exatamente como foi lá em
2018...
Por
fim, dizer que apesar de ser um elóquio obsequioso carrega pistas que revela
como o pensamento conservador na política pode ser percebido, antes de culminar
em problemas lá na frente. Quando ela diz “Confio esta responsabilidade, apenas
em pessoas em quem acredito que seja realmente qualificadas” eu fico me
perguntando: por que só agora as vésperas das eleições com pesquisa que coloca o
PT em vantagem na preferência eleitoral o partido passar a ter gente
qualificada? Não foi esse o mesmo Zé Raimundo daquela campanha de 2016,
achacado e linchado moralmente por pertencer ao PT por essa mesma gente
bolsonarista? De que fidelidade e a quais valores essa senhora bolsonarista
defende mesmo? Em que medida a luta que essa senhora bolsonarista advoga é
diferente daquela individualista que só beneficia ela mesma?
Sigo a
via-crúcis do partido que carrega o peso-pesado da CRUZ ao sabor da liquidação
moral degradante dessa gente bolsonarista que desfruta desde sempre o lugar de
privilegio na sociedade e muda de lugar como a mestra destreza que se troca de
camisa. A narrativa visa enganar pessoas incautas e/ou carreiristas, porquanto
ela chega ao desplante de dizer que “a linguagem de ódio que ouvimos de figuras
públicas não representa o verdadeiro espírito desta cidade” como se ela
estivesse isenta dessa hedionda parte da história fascista do Brasil. Age como
se não houvesse qualquer responsabilidade com a eminencia dessa narrativa de
ódio que ela ajudou a construir contra classe trabalhadora, gênero e orientação
sexual.
Mas,
qual é mesmo o verdadeiro espirito desta cidade chamada Vitória da Conquista?
De qual crueldade essa senhora bolsonarista está falando? De si mesma? Quando
essa senhora bolsonarista diz “nosso lema” quem é esse “nosso” e a que lema ela
se refere? Não muito distante ela me responde com a mesma torpeza dos fascistas
milicianos bolsonaristas: Deus. Só não explica teórica ou teologicamente (não é
o propósito desse elóquio obsequioso) que esse deus de letra minúscula cultuado
por fascistas é um deus bufão, fanfarrão, lacaio, frouxo, perseguidor,
estuprador, assassino e autocrático.
Um deus do Estado mínimo, guardião da propriedade privada e do livre mercado, coveiro do Estado de exceção, que autoriza torturador, estuprador, exterminador de juventude negra e do feminicídio. Essa senhora bolsonarista é gado do bolsonarismo corrupto, miliciano e fascista. Não tem moral para falar em “estado de bem estar social” para os conquistenses. Só uma candidatura com fetiche pelo condomínio de poder poderia incorporar uma desídia dessa natureza.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMeu passado é do PSDB que não apoia, hoje, Bolsonaro. O PSDB é antifacista.
ResponderExcluirAlém da minha militância ter iniciado no PT aos meus 16 anos, quem você quer atingir jovem?
Pois você não me conhece, nada sabe sobre a minha história.
Suas injúrias, difamações e calúnias são gravíssimas,além da acusação que me faz dizendo que faço parte de um grupo de milicianos, não jogue sobre mim suas frustrações, disseminando o seu ódio e veneno, nada disso tem haver comigo.
Não sou bolsonarista, nunca fui e jamais serei.
Só lembrando que espalhar notícias falsas (Fake News) é crime.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirIsso é inacreditável! Estamos realmente no fim do túnel. É uma vergonha ! Um absurdo! Decepção!
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