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domingo, 21 de outubro de 2018

Pela democracia e contra o fascismo: Só quero saber do que pode dar certo.





"[...] caso Haddad vença as eleições, ainda teremos a oportunidade de continuar combatendo o fascismo no campo da democracia com o voto. Do contrário, combateremos o fascismo noutra conjuntura totalmente desfavorável com as nossas próprias vidas. A escolha é essa!"
por Herberson Sonkha[1]

Inicialmente era apenas um pequeno comentário sem maiores pretensões no FB numa manhã cinzenta de domingo com meu querido irmão Herberg Silva, que mora lá no município de Manoel Vitorino, aqui no Estado da Bahia. Contudo, após ler alguns comentários intelectualmente vacilantes no FB, resolvi ampliar o texto para dialogar criticamente com a fragilidade intelectual de certos discursos espontaneístas ou com a ansiedade causada pela insegurança de algumas pessoas das classes trabalhadoras e das populações subalternizadas sobre o perigo da ameça fascista para o Brasil e para a América Latina. O risco da ameaça fascista à democracia é eminente e tem gente vegetando intelectualmente que ainda não entendeu que nesse segundo turno não existe outra opção de escolha que não seja contra o fascismo.

Só temo não haver tempo hábil para isso, postergando a compreensão dessa terrível conjuntura fascista para outro momento histórico, tardiamente, no qual se dará no interstício temporal entre a interrompida democracia e o que virá em janeiro de 2019 sob a égide do truculento regime autocrático de um fascista bizarro. Ou seja, caso Haddad vença as eleições ainda teremos a oportunidade de continuar combatendo o fascismo  no campo da democracia com o voto. Do contrário, combateremos o fascismo noutra conjuntura totalmente desfavorável com as nossas próprias vidas. A escolha é essa!

Contudo, ainda se faz necessário dizer que nessa quadra da história precisamos ser convincentes e firmes contra o fascismo. Sem vacilar em nenhum momento, esclarecendo que podemos cumprir essa tarefa sem derramar mais nenhuma gota de sangue, além do que já fora feito criminosamente até aqui.

O fascismo não nos vencerá porque ele é maleficamente perverso e o mal, mesmo se divertindo até as ultimas cenas do capítulo final das teledramaturgias, não consegue vencer o bem nem mesmo nos arquétipos criados pelas telenovelas da Rede Globo golpistas. Na vida real passamos dificuldades, superamos limites e vencemos problemas inimagináveis!

Ninguém melhor que as populações brasileiras subalternizadas para ensinar como sobreviver a sanha de governos intempestivos que criam dias sombrios de fome, sede, desemprego, inflação, tortura, estupro, falta de moradia e extermínio.  

Para essas populações não há essa opção de escolha, mesmo não tendo vivido a crueldade de uma ditadura sanguinolenta, não existe essa história de que o fascismo vai vencer! Ninguém tem o direito de colocar a vida de milhões de pessoas em risco por conta de estupidez, analfabetismo funcional ou político.  Quem ainda não entendeu isso precisa sair de sua falsa “zona” de conforto e andar pela cidade para sentir as suas contradições latentes!

Mude o habito de leituras incríveis (áudio, vídeo, texto, musica, tela, escultura e etc..) que lhe condiciona a aceitar passivamente o velho como se fosse algo novo, fantasiado de uma roupagem cheia de sortilégio, um discurso fácil de mudanças necessárias como se apenas a sua vida profissional, amorosa e financeira não andasse nada bem.

O mundo está vivenciado uma quadra de desenvolvimento concentrado e centralizado do capitalismo virulentamente destrutivo para a natureza e a humanidade tão assustador que a maioria das pessoas por desespero se apegam ao messianismo charlatão, sobretudo o lado comercial das religiões que fazem um merchandising agressivo oferecendo soluções mágicas.  

Não se esqueça de que estamos no pior dos mundos, dirigido pelo capitalismo e esse sistema é realmente injusto para quem vive apenas da remuneração de sua força de trabalho e, pior ainda, para quem está desempregado. Realmente você precisa de mudanças efetivas que melhore a sua vida. Infelizmente não são essas oferecidas pelo fascismo. Tudo isso é improvável!

Para evitar mais desilusões do que as que terrivelmente já vivenciamos com o Temer golpista, começa a ler outras fontes de informações confiáveis e verificáveis. Sai das redes sociais e se livre das verdades fictícias, venha para o mundo real combater efetivamente o fascismo!

Aqui nesse mundo real estamos apenas há seis pontos para vencermos o fascismo e essa diferença que eles alegam ter é um prenuncio de uma possível interrupção de um futuro governo democrático. Devemos ter cuidado no pós-eleições para construirmos uma ampla frente democrática em defesa da constitucionalidade da democracia brasileira.

Muitos analistas de estatística respeitados pela sua competência técnica e seriedade cientifica vêm afirmando em seus estudos que a permanência desse “crescimento” de intenção de voto no segundo turno não é real! Existem várias razões para essa desonesta distorção que favorece ao candidato fascista. O povo não está imune aos acontecimentos tenebrosos relacionados ao candidato fascista e isso não vem incidindo no comportamento dos pesquisados de maneira a alterar a trajetória de dados nas pesquisas.

Vide a pesquisa apresentada estranhamente em horário “nobre” pela Rede Globo golpista em que o instituto Datafolha mostra que “69% dos eleitores no país, o regime democrático é a melhor forma de governo”, maior índice de aprovação do regime democrático brasileiro desde a reabertura politica do Brasil e a aprovação da Constituição em 1988.

Na pesquisa apenas  22% dos eleitores de Jair Bolsonaro assumem publicamente que a ditadura militar é a melhor alternativa para o país, enquanto que 64% desconhece (ou são desonestos mesmos) quaisquer informações sóciohistórica sobre o fascismo e por isso consideraram que a democracia é a melhor forma de governo.

A margem de confiança da pesquisa é de 95% e a coleta de dados oferece informações importantes para construção de uma opinião geral da população brasileira sobre a politica, tipos de governo, golpe de Estado, regimes ditador, liberdade de expressão, violência, participação coletiva e a natureza da democracia brasileira.

Contudo, darei algumas dicas para quem acha que o fascismo vai nos vencer, pois não se trata dele vencer como algo distante e como se você não fosse a parte interessada e nem parte desse momento. Pelo contrário, faz parte sim e se você se omitir passa a existir a possibilidade concreta de ele nos vencer e instituir mais uma ditadura militar com a presença efetiva das forças armadas.

As suas trágicas consequências só serão sentidas quando não houver mais jeito de voltar a trás e apenas a maioria da população brasileira sofrerá com as sanguinolentas ações da polícia política.  Não necessariamente para toda a população porque apenas as elites serão beneficiadas e não sofrerá nenhuma retaliação e risco eminente de tortura e morte.

A menos que você afirme que ele vai vencer porque é um ou uma milionária proprietária de uma mega empresa multinacional e esteja defendendo seus interesses capitalistas. Neste caso, eu até entendo e concordo que afirme peremptoriamente que o fascismo vai vencer porque o capitalista espera o retorno rápido dos seus investimentos na forma de remuneração apenas do capital que estão em jogo, inclusive contras as forças do trabalho...

Como não estamos nesse lado e nem fazemos parte dessa conta, vamos lá...
a)  O fascismo não vencerá as classes trabalhadoras porque somos a maioria nesse país e produzimos toda a riqueza da Brasil sem nunca ter participado dessa riqueza usufruído o que produzimos. Por isso precisamos manter uma frente sindical e convencer todos/as trabalhadores/as da luta contra o fascismo; 
b) fascismo não vencerá porque somos mulheres em maior número e não somos doentes como sugerem os fascistas a ponto de aceitar com "naturalidade" que qualquer homem possa nos bater, agredir moralmente, fisicamente psicologicamente, principalmente nos estuprar e a gente não reagir e combater coletivamente com todos as nossas forças porque não é essa a sociedade que almejamos deixar para nossas filhas. Por isso precisamos articular a unidade no discurso de gênero contra o inimigo comum que é o fascismo; 
c) O fascismo não vencerá porque somos uma imensa maioria de mulheres e homens que compõem a população afrodescendente (urbana e quilombola) nesse país e não aceitamos mais o confinamento criminoso nas senzalas, a intolerância contra a prática religiosa de matriz africana, nossas culturas herdadas de nossas ancestralidades e o pelourinho como punição. Sobretudo, depois que experimentarmos apenas o começo da primeira e única oportunidade histórica de ter casa própria, transporte, saúde e educação que nos possibilitou chegar a uma faculdade particular ou universidade pública e demonstramos que somos tão capazes quanto qualquer outro ser humano. Por isso, precisamos unificar o discurso no Movimento Negro contra o constructo mental escravista que se apresenta nessas eleições como fascista; 
d) O fascismo não vencerá porque somos LGBTI e somamos um universo imenso de pessoas inteligentes e intelectualmente sensíveis o suficiente para perceber que a natureza da violência das múltiplas causas de lgbtifobias e letalidades contra essas populações tem raiz no modelo patriarcal machista-misógina que mantem uma perversa hegemonia masculina da heteronormatividade da sociedade. Além de tudo disso não é democrática, antes respeitosa para com a liberdade sexual. Por isso precisamos unificar o discurso contra o inimigo das populações LGBTI’s consubstanciado na personificação sanguinolenta do candidato fascista.
Por tudo isso é que o fascismo não triunfará sobre todos nós homens e mulheres brasileiras que constituímos a maioria absoluta da população neste país. Combater o fascismo não deve ser apenas uma tarefa eleitoral da população nordestina, pois essa autocracia fascista não se limitará apenas a geopolítica do sul-sudeste. Eles querem comandar todo o território nacional de armas na mão e punhos de ferro.
Precisamos elegeremos Fernando Haddad e Manuela Ávila para garantir nossos direitos humanos de continuar existindo; direitos socioeconômicos que garanta a nossa sobrevivência digna; direitos políticos de poder participar de todas as decisões de nosso país, inclusive garantindo o direito de fazer oposição crítica de esquerda a quaisquer comportamentos que atentem contra a dignidade das classes trabalhadoras e de nossas populações em situação de risco eminente de violência e morte, ou que restrinja a nossa liberdade de expressão e opte pela tirania ou passe a defender os interesses exclusivamente capitalistas das elites atrasada desse país! #obrasilé13



[1] Herberson Sonkha é professor de cursinhos em Vitória da Conquista. Estudante de Ciências Econômicas na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Foi gestor administrativo lotado no Hospital de Base de Vitória da Conquista. Foi do Comitê Gestor da Secretaria Municipal de Educação de Anagé. Presidiu o Conselho Municipal de Educação de Anagé. Coordenou o Programa Municipal Mais Educação e a Promoção da Igualdade Racial do município de Anagé. Foi Vice-Bahia da União Brasileira de Estudante (UBES) e Coordenador de Cultura da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Vitória da Conquista (UMES). Militante e ex-dirigente nacional de Finanças e Relações Institucionais e Internacional dos Agentes de Pastorais Negros/Negras do Brasil. Membro dirigente do Coletivo Ética Socialista (COESO) organização radical de esquerda do Partido dos Trabalhadores.

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