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quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Vitória da Conquista acordou da analgesia política de 2016


Insatisfeita pela escolha errada
em 2016, a cidade se recente pelo
engano e empáfia do atual prefeito
em sua péssima gestão.
por Herberson Sonkha[1]


A política e o jogo de xadrez têm em comum a técnica da arte da luta dos oprimidos pela sobrevivência ou da disputa fraticida pela manutenção de poder entre as forças hegemônicas na sociedade. Inegavelmente elas mantêm relações estreitas em função de sua natureza estratégica racional e isso existe desde os tempos remotos na Índia, lá no século VI d.C, quando o jogo ainda era conhecido pelo discreto nome de chaturanga e vivia sua fase inicial de expansão pela Pérsia por meio dos comerciantes.


Possivelmente o príncipe persa Ciro, o Grande, tenha sido um enxadrista genial, ou se preferir um chaturanguense, basta olhar a vasta lista de conquistas. Não hesitou em sua estratégia política de guerra, especialmente naquelas batalhas que lhe rendeu o mérito de ter libertado os persas, escravizados há quase quatro séculos pelos Povos Medos (arianos da Ásia Central).

Neste sentido, a Ágora na Grécia e o Xadrez na Índia, são espaços riquíssimos de conhecimento da humanidade sobre política, sobretudo enquanto arte da estratégia do combate racionalmente planejado. Essa verve pode ser aplicada ao cenário político de 2016 de Vitória da Conquista para compreender a real dinâmica eleitoral e o atual desastre das forças partidárias no comando do poder institucional da cidade.

A evolução dos movimentos de cada peça movida no jogo do xadrez político diário, determina sua força (ou ausência dela) no lance final que acontece na batalha organizada pelo processo eleitoral propriamente dito. O cenário muda a cada movimento da luta de classes na sociedade, como afirma Marx e Engels no Manifesto Comunista (1948), “Tudo o que era sólido se desmancha no ar”.

Apesar do forte esquema midiático para destruir o PT, constata-se um cenário alvissareiro para organização da campanha eleitoral de 2018, principalmente para a reeleição do deputado federal Jorge Solla, a reeleição do deputado estadual Marcelino Galo e as eleições primevas dos candidatos Danilo Assunção (PT), Luís Alberto (PT) e Bira Coroa (PT). Apesar do quadro nacional de intensas hostilizações da principal liderança nacional e dos desgastes promovidos pelas forças conservadoras de extrema direita ao Partido dos Trabalhadores, contudo em Vitória da Conquista o quadro virou já faz algum tempo.

Consolida-se a tese do M-COESO de que o PT não perdeu as eleições municipais, mas sim o triunfo de uma agressiva propaganda midiática conservadora de viés fascista, somados aos desgastes naturais e alguns equívocos de 20 anos de gestão. O que não expressa o ocaso partidário, mas um fim de um ciclo petista bem-sucedido de grandes transformações realizadas pelo PT.

A cidade deveria caminhar a passos largos para outro ciclo de desenvolvimento socioeconômico e político num outro nível mais evoluído de necessidades maslowiana para encerrar a fase da base da pirâmide (fisiologia e segurança), contudo, a atual gestão retrocedeu tanto que voltamos a sentir que é necessário reorganizar a hierarquia de necessidades novamente para que a cidade volte a crescer e feche esse ciclo reaberto pela trágica gestão municipal.

A cidade sente o retrocesso no bolso e está insatisfeita pela escolha errada em 2016, se recente de ser enganada pela empáfia do atual prefeito e sua péssima gestão. Nada diferente do que o MCOESO havia dito durante o processo eleitoral. Em contrapartida, cresce compulsoriamente o apoio generalizado ao PT como reconhecimento tácito as transformações estruturais realizadas nesses 20 anos de governos petistas.

Nesse cenário de tendência favorável ao partido, volta ao centro do debate a idoneidade ilibada dos dois gestores petistas: Guilherme Menezes e José Raimundo. Apesar do vilipendio generalizado às lideranças do PT e lideranças da base de governo, essas máculas não atinge a imagem pública consolidada desses ex-prefeitos. Aliás, observa-se que existe um indicador de crescimento que disparar a preferência eleitoral para o principal nome do PT, o ex-prefeito Guilherme Menezes para as próximas eleições de 2020.

Portanto, as eleições para deputado federal e estadual ocorrerá em Vitória da Conquista sob forte influência do ex-prefeito Guilherme Menezes. O chamado para atividades coletivas tem mobilizado muita gente e superlotado as plenárias, encontros e roda de conversas, confirmando o respeito e reconhecimento de sua liderança. Na contramão dessa fruição de preferência eleitoral, politicamente amalgamados numa vala comum descomunal tenta sobreviver um grupo de candidaturas carimbadas pelo atual gestor malsucedido que disputam a preferência dos eleitores conquistenses, ressentidos pela traição dessa turma do engodo.

Aqueles malogrados ideologicamente que fugiram de quaisquer relações políticas com o PT, além do oportunismo estavam afetados pelo vírus midiático disseminado pela propaganda enganosa de linchamento moral contra o PT.

Nessas eleições o cavalo de Troia usado para arrebentar politicamente com Guilherme Menezes servirá para extenuar os adversários, pois o PT em Vitória da Conquista dará um cheque mate em três lances, no dizer de Anatoly Karpov ao vencer o jogo usando um cavalo (de Troia?) solitário, esse tipo de vitória é quase sempre dramático para quem perde.

A nódoa fascista impregnada em 2016 servirá para definir a posição contrária aos interesses da respublica no tabuleiro eleitoral. Antes, refestelavam-se pública ou veladamente com o apoio do atual prefeito golpista, agora fogem de sua própria sina desmoralizante de morte súbita por estarem eternizados indissociavelmente a essa abjeta imagem, perdendo a sua condição etérea politicamente, para não perder o pouco que conseguiram usando a força da máquina pública.

Nesse cenário eleitoral, o que parecia ruim com a abertura do fogo amigo do cavalo de troia, converteu-se na mais clássica abertura já que foi fundamental para recolocar no centro do tabuleiro eleitoral forças dispersas e estabelecer a sua retaguarda. Esse movimento também impôs ao campo adversário um recuo defensivo com cara de saída à francesa. Bem posicionando no tabuleiro de xadrez, Guilherme Menezes encurralou seus adversários (internos e externos) e vencerá as eleições em três lances: Lula presidente e Rui Costa governador, seu principal trunfo político que é Jorge Solla em Brasília e Marcelino Galo na Bahia.


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[1] Herberson Sonkha é professor de cursinhos em Vitória da Conquista. Estudante de Ciências Econômicas na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Foi gestor administrativo lotado no Hospital de Base de Vitória da Conquista. Foi do Comitê Gestor da Secretaria Municipal de Educação de Anagé. Presidiu o Conselho Municipal de Educação de Anagé. Coordenou o Programa Municipal Mais Educação e a Promoção da Igualdade Racial do município de Anagé. Foi Vice-Bahia da União Brasileira de Estudante (UBES) e Coordenador de Cultura da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Vitória da Conquista (UMES). Militante e ex-dirigente nacional de Finanças e Relações Institucionais e Internacional dos Agentes de Pastorais Negros/Negras do Brasil. Membro dirigente do Coletivo Ética Socialista (COESO) organização radical de esquerda do Partido dos Trabalhadores.

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