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sábado, 21 de dezembro de 2019

O Sr. Pseudólogo, seus corsários e o condomínio de poder da politicagem



“A personalidade escaramuçada do Senhor Falsiano esconde inúmeras personalidades que o fazia crescer os olhos na Política, ao observar espertamente a pujança de uma geração de dirigentes que mantinham o município forte financeiramente, economicamente equilibrado e institucionalmente gozando do respeito e reciprocidade da população”

*por Herberson Sonkha

Vou me arriscar a escrever algo sobre um determinado sujeito pernóstico que presta um desserviço à população Conquistense, especialmente para aquela parcela historicamente desassistida que foi beneficiada por um determinado governo de 20 anos.

Usarei um nome fictício, pois a judicialização como perseguição política tem sido um instrumento usualmente perverso contra o pensamento crítico da militância, visando restringir a liberdade de exercício da verdade contra gente mentirosa que insiste em bancar o “bom mocismo”.


O nome desse personagem fictício – a ficção está apenas no nome porque a narrativa é de conhecimento público e por isso todos identificarão rapidamente – atende pela alcunha de Sr. Pseudólogo – na mitologia grega significa falsidade. Portanto, a partir daqui o chamarei pedagogicamente de Sr. Falsiano para facilitar o diálogo e evitar explicações que me force dar nomes aos bois e impeça você caro (a) leitor (a) de refletir criticamente sobre essa figura “impoluta” da política Conquistense. Aliás, até eu considero importante mantê-lo no anonimato. Você entende né?

Esse “distinto” senhor sempre fora movido pela incontrolável índole patranheira que transita no tempo-espaço desde a Grécia Antiga, chamado daemon(espirito). E com ele habita uma horda de espíritos menores que não pretendo discorrer sobre essas múltiplas personalidades, exceto duas: trapacear e enganar. O daemon tem a condição de proeminência e por isso permite escamotear alguns outros comportamentos ardilosos que compõe a sua personalidade: Dolo (trapaça) e Apáte (engano). Portanto, esse insigne Senhor Falsiano carrega de maneira escusa mais duas personalidades esconsas: Dolo e Apáte.

Vênia aos caros (as) leitores (as), eu sei da ansiedade para descobrir o comportamento do “distinto” Senhor Falsidade. Mas, preciso descrever o que qualifica o sujeito para vocês entenderam a precisão cirúrgica dos predicativos usados aqui no texto. A falsidade não se apresenta para as pessoas como ela realmente é sem dissimulá-la, pois, se assim o fizesse ninguém permitiria qualquer aproximação por receio as suas arteirices.

Aliás, o Sr. Falsiano precisa esconder isso sempre e o faz com a mesma propensão e perfeição da gueixa de “Madame Butterfly”, embora tenha outra intenção e por isso vem assumindo de maneira ininterrupta a sólida identidade benquista para passar a ideia de perfil apresentável à sociedade – bem vestido; inteligente; discreto; nível superior; progressista; democrático; honesto; expressão facial suave; bem intencionado; solícito, mas reservado; não fala palavrões; comedido; atencioso; bom ouvinte; educado; proativo; adaptável em situações mais estranhas; bonito; gentil; bondoso; generoso; preocupado com a coletividade; responsável; oratória impecável e domínio no que fala para impressionar e passar seguranças às suas vítimas.

O perfil do Sr. Falsiano é impecável (lembra-se da vaidade com que cuida dos mínimos detalhes para dar o aspecto de perfeição à personagem para contracenar o drama de David Belasco?), convence até um rosário de meia dúzia de nomes de gente grã-fina, empresários tidos como importantes e que circulam impunes nos meios mais intelectualizados e ricos da sociedade conquistense. Inclui-se nessa lista até as mais céticas personalidades do mundo da Política pelas suas condutas irrepressíveis. É mentira, Terta? Óbvio que o rosário de nomes bastante conhecidos balançaria a cabeça (feito calango escaldado pelo calor do semiárido) dizendo ser verdade. Parafraseando o personagem mentiroso de Chico Anísio, Pantaleão.

Permita-me uma aspa? Não teria esse Sr. Falsiano o biótipo perfeito pelo seu perfil ideal de centro-esquerda democrática no final da década de 90 do século XX para suceder “naturalmente” as lideranças timoneiras nesse processo de mudanças profundas de Vitória da Conquista iniciadas em 1997? Certamente o partido, o governo e a cidade agradeceriam porque a população experimentava um novo ciclo de ascensão socioeconômica e política depois de encerar o ciclo da tradicional política assistencialista das oligarquias da cidade. Sobretudo para a periferia da cidade que também estava vivenciando um segundo ciclo de crescimento desde Jadiel Matos (MDB: 1972-1976) através de uma nova formatação dialógica efetivamente democrática, aberta através de movimentos sociais organizados na periferia mediante a presença efetiva e com autonomia de Conselhos de Controle Social e exitosas políticas públicas.

A personalidade escaramuçada do Senhor Falsiano esconde inúmeras personalidades que o fazia crescer os olhos na Política, ao observar espertamente a pujança de uma geração de dirigentes que mantinham o município forte financeiramente, economicamente equilibrado e institucionalmente gozando do respeito e reciprocidade da população.

Que momento seria melhor para aplicar facilmente um revés na Política senão aquele que coroava duas décadas de florescimento para essa arvore frondosa com frutos vistosos que era a Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista. A antiga e malfadada “boneca cobiça” transformou-se numa laureada gestão, que serviu de referência para desenvolver outras Políticas país a fora.

A conjuntura sempre foi favorável às sucessivas reeleições, pois o que se praticava aqui era na cidade era a Política grande como uma ciência social imprescindível aos humanos avançados, cujo ápice nos remete a rica discussão baseado em exemplos de boas práticas institucionais do governo no âmbito municipal. O sentimento de missão cumprida de nossos dirigentes exigia do partido novas possibilidades de nomes e a imperiosa avaliação crítica do projeto em curso para avançar no debate sobre a prática despretensiosa da solidariedade, da fraternidade e da igualdade.

Neste caso específico do Sr. Falsiano e seus algozes do povo, a política possui outras dimensões destrutivas (antagônicas em relação ao ciclo de 20 anos de governo) que figuram como rasteira e pérfida, embora eu a considere assim porque se daria como sendo algo exercido com o ‘p’ minúsculo porque o Sr. Falsiano não tem estofo intelectual e nem Práxis Política progressista ou emancipacionista. Isso tende a fazer da salutar política Conquistense um lugar nojento, imoral e repulsivo uma vez que desconstrói as relações humanas altruístas para ceder lugar às práticas horrendas perpassadas pelas estultices e mau-caratismo da politicagem.

Nesse sentido, o Sr. Falsiano entende que a política é a arte de enganar as mentes mais prodigiosas e as teorias sociais criticamente mais avançadas para negociar a própria alma sem se mostrar integralmente para não correr o risco de expor a sua monstruosidade, protegendo-se covardemente por detrás da imagem alheia de gente séria e respeitada.

Numa criminosa destruição do real sentido da Política atribuída por Maquiavel, antes pactuam e reproduzem a desonestidade intelectual dessa gente trampolineira que não leu “O Príncipe”, mas acham que a obra desse filósofo renascentista serve para justificar malandragens atribuindo criminosamente a ele a máxima: “os meios justificam os fins”. Portanto, essa gente vem praticando com maestria a infeliz arte de manter-se na sombra para obter vantagens financeiras, ser bem-sucedido e permanecer mandando miseravelmente na política.

Esse personagem da politicagem Conquistense sempre teve a intenção de manter seu status quo e os mimos institucionais à custa da desgraça alheia da maioria subalternizada, sem ser minimamente visto para manter as escondidas suas idiossincrasias, pois quer ser reputado em sua inteireza. São bons em criar cortinas de fumaça, baseado no princípio pétreo do direito constitucional: “bona fides semper praesumitur nisi mala adesse probetur” (Sempre se presume a boa-fé, se não se prova existir a má).

O Sr. Falsiano é um dos poucos despolitizados que se tornou especialista em construir "ponte para futuro” (ipso facto!). Essa arquitetura neoliberal que se propõe “solida” serve de plataforma política para a pavimentação despolitizante que interliga o submundo da política comezinha ao mundo da polis democrática. O retrocesso aos tempos coloniais que remonta a municipalidade das oligarquias escrita por Victor Nunes Leal (1943), na lógica do "coronelismo enxada e voto".

Essa política reacionária está profundamente marcada pelas trocas de favores, permissividades, assalariamento da classe trabalhadora, esgarçamento socioeconômico das populações em situação de risco; acordos espúrios com forças do atraso para favorecer grupos empresariais de olho nas verbas públicas. Assim vislumbra-se a mesma dinâmica da empresa privada que compreende como algo absolutamente natural que todo profissional “capaz” deseje alçar o topo da empresa.

Essa é a mosca-azul que picou o Sr. Falsiano que também tem essa pretensão de chagar ao topo da política municipal: a prefeitura. Mas, como nem tudo que é legitimo aos olhos do legalismo liberal, o é politicamente correto para a esquerda que visa sempre o me comum e a manutenção da vida em coletividade. A tendência nessa conjuntura é de triunfo do legalismo ultraliberal, não se descarta o oportunismo do Sr. Falsiano. 

Para isso, o Sr. Falsiano usará a seu favor as suas mais vaidosas características de politiqueiro, reconhecido e validado pelo submundo da politicagem: acordo de conciliação ideopolítica com conservadores e a extrema-direita; acertos contra a classe trabalhadora, destruição de direitos das populações em situação de múltiplas vulnerabilidades; perseguição a servidor público municipal; manter privilégios a amigos empresários; formação de cartel com grupos de privilegiados financeiramente; o sucateamento e extinção compulsória das políticas sociais – Estado de Bem-Estar social.

Por último, concluo com a máxima da indefectível escritora Clarice Lispector que diz numa frase memorável sobre caráter com a precisão cirúrgica para mostrar tudo daquilo que se joga cotidianamente embaixo do tapete. Segundo Lispector, “(...) até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro”.

Em relação ao Sr. Falsiano, pode-se dizer que corre o risco de retirar exatamente aquele calço colocado estrategicamente para sustentar certas narrativas subsumidas de outrem. Sabe-se que a natureza dessa moral ostentada pelo Sr. Falsiano foi apropriada indevidamente de alguém, sobre ela ergueu-se o seu edifício moral de personalidade pública, assentando no artificioso alicerce de um falsário mentiroso empedernido.

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