Translate
Seguidores
domingo, 26 de março de 2017
BRUMADO: Imprensa com opinião não respeita a opinião do leitor.
março 26, 2017
|
por
Vinícius...
|
“[...] esse veículo segue fazendo juízo de valor ao invés de apresentar o fato como ele aconteceu e suas várias versões para que o leitor forme a sua própria opinião.”
*por Herberson Sonkha
O blog do Sonkha é um espaço compartilhado por um grupo de intelectuais orgânicos de esquerda (professor, estudante, militante social, artistas e religiosos avançados) que escrevem com objetivo de esclarecer e formar um público crítico. Esse pequeno universo de pessoas soma mais de duas mil pessoas diretamente e mais de 20 mil em seus desdobramentos regionais. Não aceitamos vinculação comercial e nem defesa de práxis politica de direita. Repudiamos e combatemos veementemente a prática de racismo, de lgbtfobia, de machismo e/ou misoginia, xenofobia e corrupção, invariavelmente de esquerda ou direta, pública ou privada.
Temos posição bem definida para não permitir margem à especulação de qualquer pseudociência positivista-cartesiana neutra que apregoa a demagogia da isenção. Somos trabalhadores/as com consciência de qual a classe pertencemos para não existir nenhuma dúvida quanto ao que pensamos e defendemos. Não somos voluntaristas e nem inocentes uteis ao capitalismo e sua ordem civil burguesa. Não é um blog comercial por opção ideológica porque não quero ler em nosso blog verborragias, alienações e inverdades impostas como fato verídico, como fazem as empresas capitalistas que operam neste nevrálgico mercado da comunicação social visando apenas seus interesses financeiros.
Respeitamos todo e qualquer profissional da comunicação social, jornalista, escritores, intelectuais e agentes públicos mandatários e servidores que produzem com princípios e valores bem estabelecidos no espectro do liberalismo. O que não significa que defendemos ou queremos as mesmas coisas, principalmente em relação as suas orientações matriciais. Não escrevemos para preguiçosos que se alimentam das odiotizações midiáticas viciantes, mantidas por veículos de comunicação a serviço do capitalismo e da democracia liberal burguesa.
Feito esse imprescindível esclarecimento, farei uma breve análise da veiculação de matéria no que se convencionou chamar de imprensa local do município de Brumado. A mesma alega ser atacada vilmente por militantes da educação e membros do comando e greve. No que pese reconhecer o valor e a importância de qualquer veículo de comunicação para uma sociedade que vislumbre a radicalização da democracia enquanto forma de governo, não concordamos que trate quaisquer fatos de forma superficial e tendenciosa. Além de assegurar o direito de resposta proporcional ao agravo, compreendemos que é necessário romper com a matriz alienante de comunicação estabelecida no país pelas grandes empresas capitalistas que violentam diariamente o sentido primeiro da comunicação social.
Um servidor de carreira do magistério municipal precipita-se frente ao iminente perigo de ser desferido um golpe contra uma trabalhadora da educação municipal (Brumado) que liderava naquele momento o processo sindical de greve da educação. Após mandar a professora ir refestelar-se introduzindo algo em seu próprio órgão excretor, ele, o agressor, direciona suas energias e vantagem muscular contra uma estrutura física fragilizada pelo modelo patriarcal machista, objeto da violência contra a mulher. Intentava-se oprimir sua fragilidade histórica e calar a sua voz.
Antever o perigo pressupõe uma vantagem na hora de mobilizar a categoria para impedir que a sanha incontida de um gestor de pensamento caquético com prática conservadora seja feita e cause danos morais, prejuízos financeiros incalculáveis e lesões irreparáveis. Tudo isso para impedir que essa força coletiva possa evitar que se rasgue a Constituição Federal deste país e com ele o PNE e o Plano Municipal de Educação de Brumado, na Bahia.
Li contenciosamente um texto veiculado no mesmo veículo de comunicação que o recém-eleito prefeito de Brumado tem um programa de rádio. O que denota que essa “imprensa local” tem estreitas relações políticas e comerciais com esse mandatário, do contrario, não contrataria o serviço desse veículo de comunicação porque nenhum financista do setor privado ou politiqueiro do setor público põe dinheiro onde não possa dar o retorno esperado. Aqui já desmontamos a tese da parcialidade sobre os “fatos” baseados nos quais se reivindicam para si a proteção legal alegando a condição de ofendido por terem sidos expostos naquilo que deveria honrar que é a liberdade de expressão.
Qualquer cientista social sério e comprometido, dirá que não existe isenção na descrição do fato porque a narrativa esta repleta de intencionalidade do lugar de fala de quem o descreve. Estranhamente esse veículo (outros?!) não noticiou uma das inúmeras violências cometida contra a categoria pelo atual gestor, a exemplo, quando os mandou sentarem no formigueiro. Esse fato reprovável não recebeu o devido tratamento por parte desses veículos (que agora reclama respeito) porque usam filtro, limitando-se apenas a “dar” daquilo que é da conveniência do contratante, neste caso o atual gestor.
O veículo em tela inicia sua narrativa de forma tendenciosa ao nominar o movimento sindical de defesa de direitos de “confronto”. Neste mesmo paragrafo o veículo usa a expressão “representante fiel dos professores” para questionar a autonomia sindical e a natureza dessa relação entre a instituição de classe e seus afiliados, usando uma expressão que põe em suspeição a dignidade da dirigente da APLB, insinuando que a mesma não pode representar a categoria porque tem relações promiscuam com seus sindicalizados. Aqui o veículo de forma sutil assume mais uma vez a posição ideológica do gestor de não reconhecer a APLB como legitima representante da categoria.
Mais a frente o veículo diz que “extrapolou os limites da razão” para induzir o leitor ao entendimento de que a luta sindical é uma violência gratuita desnecessária. Deste modo, destituída de qualquer sentido lógico e, consequentemente não existe uma justa causa que abone a presença da APLB em Brumado. Então, tenta-se retirar arbitrariamente essa organização sindical por meio da bancada de vereadores da situação que não conhece e nem se importa com as lutas da categoria. Segue escrevendo que “acabou indo para o terreno perigoso da violência.” para fechar esse ponto concluindo seu raciocínio afirmando que existe violência praticada pela entidade sindical.
O texto faz juiz de valor o tempo todo para induzir as/os brumadenses a pensar que a APLB está incentivando as pessoas a afrontar o establishment e o governo recém-eleito democraticamente. Insinua-se que não existe qualquer razão plausível, pelo contrario, excede-se a irresponsabilidade de lideranças inconsequentes. Diz ainda que os ataques verbais culminaram na luta corporal ente o filho do prefeito e o servidor público municipal. Observe como esse veículo tem lado. Ele diz que houve ataques verbais e sutilmente apresenta uma única fala solta do servidor municipal Joilson Bergher, que ele faz questão de afirmar ser um historiador. Mas, omite a fala de baixo calão do filho do prefeito que é uma agressão, cuja fala é inconfessável pela torpeza da frase, a uma dirigente sindical reconhecida e respeitada pela categoria.
Essa fala machista caracteriza misoginia (agressão ao gênero). Será que ele diria isso a outro homem? Mandaria um outro homem se refestelar com seu próprio órgão excretor? Outro aspecto a ser considerado, o veículo faz referência a Gilvan Moreira como professor de educação física para mostrar a desvantagem sobre o “agredido” e não como servidor participe da luta sindical. Ou seja, manobra destemidamente contra o movimento sindical e conspurca o código de ética jornalista para dizer que a violência e ataques verbais partiram da categoria e o sinhozinho da casa grande (Casa Grande e Senzala) foi vitima da insanidade rebelde da senzala... (FREIRE, 1933).
Em verdade, o que houve foi uma reação a ação truculenta desse senhorzinho da casa grande contra uma Senhora séria, honrada e dirigente da categoria. A reação instantânea (que não é integral) do historiador e filosofo Joilson Bergher é um ato reflexo que o transportou para a perspectiva da história que dar conta de inúmeras violências e explorações contra o povo, às classes trabalhadoras e as populações subjugadas. Da mesma forma que é um ato reflexo da violência continua de seu pai, projetado no comportamento filho que ajuíza um sentimento de impunidade por ser filho da maior autoridade executiva do município. Lembrando Victor Nunes Leal (1948) ao falar em seu livro, “Coronelismo, enxada e voto” das barbaridades cometidas pelos filhos do coronel na cidade, alimentado pelo sentimento generalizado de impunidade. Um reflexo natural de defesa dos interesses das famílias oligárquicas.
A despeito disso, vide a lei do nepotismo. Pois, começa errado porque o sinhorzinho não deveria ser Secretário Municipal de Agricultura, isso é nepotismo e caracteriza crime. O crime não é uma violência? A PL 04/2017 não é uma violência contra os servidores que de livre e espontânea vontade deve fazer suas escolhas? Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer senão em virtude da lei. Na medida em que essa PL é aprovada ela não fere o principio da liberdade de escolha da categoria por este ou aquele sindicato? Cercear a liberdade num Estado de direito não é golpe? Golpe não é um crime previsto no código penal? Isso também não é uma violência?
Ao arvorar-se contra a dirigente sindical com palavras e gestos abruptos não deu o direito a legitima defesa? A única diferença neste caso é que um outro ser humano em melhor condições muscular o fez por extensão. Desde quando legitima defesa é crime? O servidor público municipal não o agrediu apenas defendeu a companheira fisicamente desproporcional ao ataque de um homem. E se a dirigente praticasse qualquer defesa pessoal, será que ele agrediria a ela?
Portanto, esse veículo quis induzir (espero não ter conseguido) o leitor a pensar que a legitima defesa do servidor público municipal, que é uma forma de violência individual involuntária, é infinitamente maior que a violência coletiva cometida pelo atual gestor contra a categoria que compõe mais de 500 servidores. Por isso que as narrativas dos manifestantes são acidas e ideologicamente comprometida com a categoria.
A narrativa desse veículo expressa um comportamento de ascom privada contratada com dinheiro público para filtrar, muito usado durante o período da ditatura civil-militar no Brasil, a exemplo da Rede Globo de Televisão que sempre se prestou a esse desserviço a liberdade de imprensa, a democracia participativa e aos legítimos interesses do povo brasileiro. Nesta perspectiva, esse veículo segue fazendo juízo de valor ao invés de apresentar o fato como ele aconteceu e suas varias versões para que o leitor forme a sua própria opinião. Se esse ou outros veículos emitem sua opinião, pois quem tem que ter opinião é leitor e não esse ou aquele veículo de comunicação. Ele esta atentando contra a liberdade de imprensa.
Neste caso, passa existir uma disfunção de atribuições saindo do firme terreno do jornalismo como expressão dos fatos per si para ocupar o lugar de defensoria do governo municipal. Isso pressupõe ausência de função especifica. Ausência não pressupõe falta de...? O conceito etimológico da expressão ‘vagabunda’ significa aquele ou aquela sem função, atribuição ou designação especifica. Faz uma coisa ou outra, menos aquilo para a qual fora designado, diz fazer ou assumiu fazer.
O veículo em tela, além de não fazer comunicação social atendendo minimamente as recomendações éticas da profissão, capitulou-se aos interesses políticos do governo da hora. Pratica a comunicação marrom, vendida. Aqui o conceito dado pelo historiador Joilson Bergher toma uma dimensão filosófica, pois o é filosofo, para aplacar a sanha de quem usa inescrupulosamente de um importantíssimo veículo de comunicação social para achacar as pessoas contrárias aos desmandos desse (des)governo que representa as oligarquias burguesas de Brumado.
Um veículo de comunicação social que não faz o sentido primeiro do seu oficio é um veículo fadado à vagabundagem jornalística que migra peremptoriamente para o vilipendio moral e técnico do fazer comunicação deixando todo e qualquer profissional da comunicação ofendido e profundamente desrespeitado. Tomando aí o sentido dado pelo filosofo Joilson Bergher a palavra vagabunda, etimologicamente. Quanto ao ser TORPE cabe outro esclarecimento etimológico porquanto signifique ausência de sentido racional, razoabilidade e prudência intelectual e ética.
Assim, observo que todo e qualquer veículo de comunicação que se respeita não deve subordinar-se aos interesses espúrios deste ou daquele gestor ou empresário desregrado moralmente. Se quem escreve quer defender ou participar de um governo que o faça (e deve fazê-lo), mas não aliene um veículo de comunicação com a pretensão de que é serio e isento, porque não o é. Veicular informação duvidosa como se fosse séria, é crime e prejudica o bom andamento da consolidação da democracia que ainda anda cambaleante das pernas por causa dos interesses particulares que sobrepõe aos interesses coletivos.
Assinar:
Postar comentários
(
Atom
)
Vou esperar virar filme...
ResponderExcluir