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quinta-feira, 18 de julho de 2013

REGE DE ANAGÉ faz homenagem a Alcymar Monteiro no Forró Pé de Serra do Peri-Peri, em Vitória da Conquista.

Rege de Anagé: Forró Pé de Serra do Peri-Peri

“ALCYMAR MONTEIRO é Cantor e compositor brasileiro, nordestino e cearense de Forró e Frevo. É considerado um dos grandes intérpretes da música popular brasileira de expressão nordestina, particularmente do Forró tradicional.”

* Por Herberson Sonkha


O cantor e compositor Rege de Anagé prestigiou o compositor e cantor cearense, lá do sertão de Ingazeira, cidade de Aurora (CE), Alcymar Monteiro. O anageense Rege de Anagé demonstrou respeito ao bom gosto de seu público apresentando através da música as reminiscências intelectuais e artísticas que influenciaram em sua carreira musical desde o inicio até a sua maturidade artística, aliás, revela a sua forte linhagem cultural. Rege de Anagé confere cátedra especial em seu show a este ilustre nordestino, fazendo uma primorosa interpretação de algumas das canções mais antigas e atuais deste catingueiro, estudante egresso do Conservatório de Música Alberto Nepomuceno, em Fortaleza, um artista brilhante considerando pela crítica musical como o Rei do Forró. Dos 40 trabalhos lançados, quatro foram no exterior, na Europa, Japão e USA.


Alcymar Monteiro
Consta em seu histórico que Alcymar Monteiro começou a cantar aos cinco anos de idade e já demonstrava habilidades artísticas para música, que ajudou a definir sua caminhada, participou de show de calouros e bandas de bailes, recebendo influências do folclore e tradição regional.  Neto de violeiro e sobrinho de sanfoneiro, Alcymar nestas mais de três décadas de caminhada coleciona várias canções, inclusive músicas que foram gravadas por grandes nomes da MPB como Zé Ramalho, Alceu Valença, Fagner, Sivuca,  Jair Rodrigues. Interpretou canções de Luiz Gonzaga, Chico Buarque, João Paulo Jr, Fausto Nilo, Caetano Veloso, Lupcínio Rodrigues, Jaubert de Carvalho, Raul Seixas, Zé Dantas, Nando Cordel, Dominguinhos, Humberto Teixeira. Já se apresentou em festivais internacionais como o de Montreaux, Festival Latino Americana em Milão (Itália) e apresentou-se também em IMST, na Áustria, Laussane, e Zurich na Suíça. Também fez duetos com Dominguinhos, Elba Ramalho e Marinês e seu compadre e amigo íntimo, o Pai do Forró, Luiz Gonzaga. Alcymar Monteiro se reivindica seguidor de Luiz Gonzaga e Jacson do pandeiro, os dois pivôs da autêntica cultura popular, nordestina e brasileira.

Assim como a música de cantada por Alcymar Monteiro, as composições de Regé de Anagé possuem fortes laços com a cultura popular do nordeste, por isso acredita-se que esta tenha sido uma grande homenagem que celebra com êxito o árduo trabalho e dedicação do cantor. Ao fazer as incursões pelo show de Rege de Anagé percebe-se o quanto este anageense engrandece o acervo cultural e musical deste município, localizado a margem direita das barrancas do Rio Gavião. A biografia deste ilustre filho de Anagé é fortemente marcada pelas andanças de quem sabe o que quer e onde deseja chegar, pois ele está nas estradas em terras catingueiras desde os tempos longínquos, embalando casais e animando corações solitários ao som do autêntico forró, o clássico do Sertão Nordestino. 

Os idealizadores (Vitória da Conquista e Anagé) e organizadores deste evento junino estão de parabéns por proporcionarem aos seus munícipes momentos culturais riquíssimos, exuberantes pela beleza da festa, inesquecíveis pela alegre animação e sem violência. Estes governos demonstraram compromisso com o resgate da memória cultural da cidade, oferecendo gratuitamente o melhor projeto cultural da região, com atrações a altura dos grandes nomes do circuito da música nordestina, cantando o legitimo forró nordestino. 
Isso ocorre, extraordinariamente por decisão e comprometimento político destes governos de incentivar a cultura popular, contrariando a maioria dos festejos com verniz junino. Tudo isso,porque nestes tempos banais tão difíceis,a maioria das cidades opta por seguir o indigesto “modismo juvenil” alienado que infestam seus veículos com todas aquelas parafernálias eletrônicas tocando uma misturebade uma nota só, uma verdadeira sopa de “ritmos”sem a substância da composição literária decente.

Assim como os escritores, atores, escultores, poetas, pintores se expressam por intermédio de sua obra, o músico também o é, e a música deve ser compreendida como o momento elevado de realização de sua obra literária musical. Pois, há toda uma concepção conceitual que dá sentido cada nota dos instrumentos musicais em conjunto com a simbologia do colorido das luzes, das roupas, da dança, do repertório daquela apresentação.A criação artística é um intenso trabalho intelectual e sentimental,portanto, possui uma mágica que tem o poder de tocar o coração e libertar as pessoas daquilo que as aprisionam. 

Show de Rege de Anagé
Vitória da Conquista.
Exatamente por isso, que as pessoas vão ao show com a mesma satisfação com que assistem a um filme, a uma peça de teatro, um vernissage, uma ópera, um recital de poesia, um musical, uma exposição de arte e leem a um bom livro. Atingir este nível de maturidade artística é preciso desprendimento e muita dedicação ao ensaio, para cantar no palco o verdadeiro sentimento de um povo ou de uma pessoa, vocalizado na melodia, no arranjo, num acorde bem trabalhado e na poesia cantada que ganhar a vida na voz do artista cantador, fluindo letras e sons mágicos que faz as pessoas arderem sem sentir dor, rirem e chorar, alegria e tristeza, nostalgias, lembranças boas de alguém ou de algum lugar especial e, por isso extravasam de tanto contentamento. Isso é arte!

E a boa música diz muito destas sentimentalidades conservadas em cada personagem, resultante dos mais variados afazer cotidianos da vida difícil do sertanejo, quer seja no campo, quer seja na cidade.O ser catingueiro que há no artista desta região, o torna especial e sua obra literária que retrata de forma fidedigna em seus aspectos humano, religioso, filosófico, político o sentimento sertanejo, porquanto busca retratar a dura labuta do homem e da mulher do campo. Diz muito do dia-a-dia cheio de alegria e tragédia; da sorte de poder ordenhar sua vaquinha ou cabra; do seu adjutório na vida política da cidade para tornar o município melhor; da desventura ou felícia amorosa; dos infortúnios alheio a vontadedo valente sertanejo, na maioria das vezes por causa da longa estiagem que mata sua plantação e seu gado; da luta do bem contra o mal tão presente na literatura de Cordelde Patativa de Assaré, cantada por Gonzagão. Aqui na região há muito forrozeiro bom musicalmente e suas composições continuam honestas com a cultura popular egressa da tradição junina,a exemplo de Rege de Anagé, Onildo Barbosa e Edgar Mão Branca. 

Assim, Rege de Anagé vai garantindo o bom forró nos festejos juninos e, particularmente Anagé por dar inicio a esta nova administração, da Prefeita Andréa Oliveira. O show de Rege de Anagé foi assistido por milhares de pessoas na região sudoeste e, certamente, após uma hora e meia de pura adrenalina forrozeira, pois o catingueiro Rege de Anagé puxou o fole fazendo valer sua simpatia de bom forrozeiro, podemos concluir que houve São João tradicional. 

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