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Marcão, presente!
“Aqui, parte da nossa vivência com o professor Marcos Andrade, nascido dos intensos debates do Movimento Estudantil nos anos 1993/97, traça um perfil poderoso e inspirador.”
*por Joilson Bergher / Educador Brasileiro
Sob o impacto da passagem do professor Marcos Andrade, tento fazer ou construir essa memória que transcende a figura individual e se inscreve na história da própria universidade e da luta democrática na Bahia.
O professor Marcos Andrade, carinhosamente Marcão, deixa um legado que se assenta na inseparável união entre a teoria histórica, o engajamento político e a profunda amizade. Sua passagem, embora precoce, cravou uma marca indelével na vida de seus pares e estudantes.
O ponto de partida do legado é a construção de laços humanos robustos, mesmo no fogo cruzado das ideias. A amizade que floresceu dos debates de 1993/97 na UESB demonstra que a divergência política, quando pautada pelo respeito e pela grandeza dos ideais – como a busca por uma UESB forte, plural e democrática – é um motor de crescimento, não de destruição.
O confronto entre o "comunista do B" e o "Movimento Coletivo" não foi um obstáculo, mas o alicerce de uma união maior em prol da universidade.
O cerne da luta, conforme dito aqui era o antagonismo contra o "governo do Estado da Bahia, sombrio, à sombra do Carlismo na sua forma mais perversa". Marcos Andrade, em sua linhagem política, estava ao lado dos que defendiam a autonomia universitária e a democracia plena, posicionando-se contra um modelo de poder centralizador e autoritário que marcou a política baiana da época.
Sua participação ativa no Movimento Estudantil, mesmo que em polo oposto ao seu, foi uma contribuição essencial para a vitalidade democrática da UESB, mostrando a importância da militância na academia para a defesa de um projeto de nação.
Como professor e militante, Marcos Andrade encarnou o princípio de que a História não é apenas um saber a ser ensinado, mas uma prática a ser vivida. Ele não se esquivou do debate, da contradição do "Ser", e deixou como herança a convicção de que a transformação social exige forte participação política. Seu exemplo ensinou, na prática, que o intelectual deve estar na linha de frente das lutas por justiça e autonomia.
O professor Marcos Andrade se torna, ele próprio, parte da história que ensinava. A afirmação "Vai o Ser, fica a história, a sua memória!" sintetiza seu legado. Sua memória não é apenas uma lembrança afetiva, mas um chamamento à ação. Ela persiste como um farol para as novas gerações da UESB, um lembrete de que a universidade é um espaço de resistência e um celeiro de lideranças comprometidas com um Brasil mais justo e verdadeiramente plural.
Seu legado reside, portanto, na coragem de ser e lutar, transformando a amizade em força e o debate em motor da democracia. A História da UESB de fato guarda o nome e o espírito de Marcos Andrade, o professor que fez da militância um ensinamento.
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