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domingo, 25 de dezembro de 2022

Que o bom velhinho barbudo de vermelho lhe inspire transformar o mundo

Hugo Brandão - Dirigente da UJR

"Mais uma vez o movimento de reprodução do capital e suas instituições políticas moldaram maledicentemente o pensamento médio brasileiro a seu favor."


*por Herberson Sonkha



O poeta carioca Cazuza escreveu em 1985 no apagar das luzes dos anos de chumbo da ditadura militar no Brasil (1964-1985) que "Estamos bem por um triz. Pro dia nascer feliz, hum. Pro dia nascer feliz. O mundo inteiro acordar". Rememoramos tudo isso do mesmo modo em 2022 quando decidimos derrotar por um “triz” o bolsonarismo fascista no país.

É incompatível o espírito natalino com o crescimento-desenvolvimento do capitalismo em qualquer lugar do planeta. De vis-à-vis, não há felicidade possível, enquanto a sociedade respirar o capital sem compreender que são os próprios dirigentes burgueses do sistema capitalista que produzem a fome, a miséria, o desemprego, os racismos, a lgbtqiapfobia, o extermínio de juventude negra e o feminicídio.

Infelizmente, esse "triz" está muito longe de acontecer dentro dos marcos do capitalismo contemporâneo, sobretudo sob o tacão da burguesia sanguinária. O máximo que alcançamos nesses dias turbulentos na busca desse "triz", foi experimentar uma minúscula amostra de uma espécie de nuvem passageira chamada de socialdemocracia. Digo nuvem passageira porque rapidamente o temporal se abateu sobre nós, roubando-nos a referencia do “triz” de maneira ardilosa e com ela algumas conquistas sociais por meio de um golpe lá em 2016.

Além do mais, é preciso dizer que essa trama golpista ensejada em 2016 foi minimamente calculada pelos burgueses capitalistas brancos usurpadores do poder econômico, social, político e cultural de um país imenso, rico e diverso culturalmente. Mais uma vez o movimento de reprodução do capital e suas instituições políticas moldaram maledicentemente o pensamento médio brasileiro a seu favor.

A burguesia conseguiu manter o status quo dos históricos privilegiados brancos, nos arrastando para mais distante desse "triz". Aliás, essa gente jogou o país no mais absoluto caos, condenando a nossa frágil democracia à falência múltipla dos órgãos vitais que oxigenam as liberdades democráticas definidas pela Constituição Cidadã de 1988. Apesar de tudo isso, nesse ano a maioria da população brasileira não só venceu as eleições, mas decidiu recolocar no centro do debate à necessidade de alcançar o "triz" para virar a chave da humanidade.

Por isso, não poderia desejar outra coisa senão um Natal de recomeço em que todas as pessoas mantenham acesa a chama do "triz" para um dia nascermos felizes. Que o bom velhinho barbudo de vermelho continue a semear o espírito revolucionário no seio da classe trabalhadora, possibilitando o "triz" que nos falta para a emancipação humana, de raça e de gênero.

Feliz Natal Camaradas! Viva o bom velhinho barbudo comunista e a inevitável sociedade comunista que não virá por gravidade ou pela "caridade de quem nos detesta", pois tal tarefa imprescindível só poderá ser realizada pelas mãos dos comunistas!

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