Translate

Seguidores

quarta-feira, 4 de maio de 2022

Guerra



*por Carlos Maia

 

Eis-me aqui envolto com os dilemas da guerra

Que cala fundo a alma despedaçada

 

Dilacerada na surdez humana

Da impossibilidade constante

 

Afirma-se como continuidade da política

Por outros meios


Hipocrisia se refletem

Quando se tapam com a peneira

 

Os olhos da história

Que passou pelo fio da espada de fuzis e de canhões

 

Vendo o levantar de impérios

 Onde a palidez da morte

 

Causa estupor apavorante

Aos sobreviventes de holocaustos

 

Das matanças e chacinas

De jovens negros às nações indígenas

 

Fome de sangue da carnificina humana

Se banqueteiam em mesas postas

 

Aos urubus e aos cães famintos

Que saqueiam as sobras

 

De vitaminas e proteínas amargas

Depositadas nas sacolas de lixo

 

Movimentam-se os amantes do filantropismo

Organizam-se a distribuição do excedente

 

Mas as filas dos que fogem

Não se limita a um país

 

E a dor que rasga o coração

Do bom samaritano errante

 

Não enfarta mais que o frio a fome

Dos que vagueiam pela terra e por mares

 

 Miséria de refugiados

Não pode ser aplastada

 

Com um litro d’água, sopa e cobertor

As crianças sobreviventes

 

Dos horrores da matança

E da destruição de suas casas

 

Merecem mais que um agasalho

Um brinquedinho novo

 

Ou um sopro de esperança da mesmice

Que ruboriza as faces da resignação

 

Frente a realidade

Frente aos milhares de desabrigados

 

Dos sem luz de um mundo opaco

Do fim para o recomeço

 

Em bases novas da vida

Liberta de grilhões embebecidos

 

De milênios da antiga a atual

Escravidão humana

 

        Carlos Maia – Maio/2022

0 comments :

Postar um comentário

Buscar neste blog

por autor(a)

Arquivo

Inscreva seu e-mail e receba nossas atualizações: