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Guerra
*por Carlos Maia
Eis-me aqui envolto com os dilemas da guerra
Que cala fundo a alma despedaçada
Dilacerada na surdez humana
Da impossibilidade constante
Afirma-se como continuidade da política
Por outros meios
Hipocrisia se refletem
Quando se tapam com a peneira
Os olhos da história
Que passou pelo fio da espada de fuzis e de canhões
Vendo o levantar de impérios
Onde a
palidez da morte
Causa estupor apavorante
Aos sobreviventes de holocaustos
Das matanças e chacinas
De jovens negros às nações indígenas
Fome de sangue da carnificina humana
Se banqueteiam em mesas postas
Aos urubus e aos cães famintos
Que saqueiam as sobras
De vitaminas e proteínas amargas
Depositadas nas sacolas de lixo
Movimentam-se os amantes do filantropismo
Organizam-se a distribuição do excedente
Mas as filas dos que fogem
Não se limita a um país
E a dor que rasga o coração
Do bom samaritano errante
Não enfarta mais que o frio a fome
Dos que vagueiam pela terra e por mares
Miséria de
refugiados
Não pode ser aplastada
Com um litro d’água, sopa e cobertor
As crianças sobreviventes
Dos horrores da matança
E da destruição de suas casas
Merecem mais que um agasalho
Um brinquedinho novo
Ou um sopro de esperança da mesmice
Que ruboriza as faces da resignação
Frente a realidade
Frente aos milhares de desabrigados
Dos sem luz de um mundo opaco
Do fim para o recomeço
Em bases novas da vida
Liberta de grilhões embebecidos
De milênios da antiga a atual
Escravidão humana
Carlos Maia – Maio/2022
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