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Canto a Eduardo Meira
*por Carlos Maia
p/Sara/Hugo e Raquel
Tal qual as velhas sangrias
Seu organismo desenvolveu
Uma guerra de classe
Soldados vermelhos e brancos
Se digladiam
Invertendo a história
Neste processo os leucócitos
Vai vencendo as hemácias
Numa anemia profunda
Causa-se assim
No seu ser
Baixa imunidade
É sempre possível
Aos marxistas
Materialistas dialéticos
Realizar analogias
Entre o homem
E a natureza
Entre o espírito
O pensamento
E a história
Mas por mais
Que se tente
É nada fácil
Quando se trata de um pai
Um amigo
Um companheiro e camarada
A tudo isso
Soma-se também
O definhar
O definhar
Do corpo calejado
Pelo viver
O definhar
Da alma buliçosa
Que transgrede
O definhar daquele
Que foi em busca
Do touro indomável
Das ondas sucessivas
Nas tormentas
A arremessar-se aos rochedos
Na espera apressada
Das idas e vindas
Do balançar das marés
Às vezes
Vão-se os anéis
Mas ficam os dedos
Às vezes
Vão-se os dedos
E ficam os anéis
O seu sangue já proliferou
Na cadência
Dos impulsos humanos
Sua consciência
Já se deslocou
Do bloco
Num processo de longevidade
Onde o ser Comuna
Se arrasta mais de 40 anos
Onde a objetividade
Com a história
Supera a subjetividade
Eis que se ver lembrado
Aquele que desde a juventude
Se encantou
Com movimentos
Na América Latina
E no mundo
Agora o velho Combatente
Preparava-se para novas
batalhas
Desta vez sob o amparo de rodas
Após o sacolejar
Do Trabalho e da labuta
Já encantou a todos
Quando tratava
De analisar
O cotidiano e a vida
Assim como sob ser enérgico
Ponderou sempre
Quando tratava de tropeços
íntimos
Ao repassar de um novo tempo
De um estalar de novas mãos
A memória não levará para
longe
Qual poeira no deserto
Os grãos de areia plantados
Como sementes de girassol
Nos canteiros e caqueirinhos
Da terra e barro rubro
Das linhagens de Sertão
*Carlos Maia – Fevereiro/2022
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