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domingo, 6 de fevereiro de 2022

Canto a Eduardo Meira

 

*por Carlos Maia

                                                                                          p/Sara/Hugo e Raquel

 

Tal qual as velhas sangrias

Seu organismo desenvolveu

Uma guerra de classe

 

Soldados vermelhos e brancos

Se digladiam

Invertendo a história

 

Neste processo os leucócitos

Vai vencendo as hemácias

Numa anemia profunda

 

Causa-se assim

No seu ser

Baixa imunidade

 

É sempre possível

Aos marxistas

Materialistas dialéticos

 

Realizar analogias

Entre o homem

E a natureza

 

Entre o espírito

O pensamento

E a história

 

Mas por mais

Que se tente

É nada fácil

 

Quando se trata de um pai

Um amigo

Um companheiro e camarada

 

A tudo isso

Soma-se também

O definhar

 

O definhar

Do corpo calejado

Pelo viver

 

O definhar

Da alma buliçosa

Que transgrede

 

O definhar daquele

Que foi em busca

Do touro indomável

 

Das ondas sucessivas

Nas tormentas

A arremessar-se aos rochedos

 

Na espera apressada

Das idas e vindas

Do balançar das marés

 

Às vezes

Vão-se os anéis

Mas ficam os dedos

 

Às vezes

Vão-se os dedos

E ficam os anéis

 

O seu sangue já proliferou

Na cadência

Dos impulsos humanos

 

Sua consciência

Já se deslocou

Do bloco

 

Num processo de longevidade

Onde o ser Comuna

Se arrasta mais de 40 anos

 

Onde a objetividade

Com a história

Supera a subjetividade

 

Eis que se ver lembrado

Aquele que desde a juventude

Se encantou

 

Com movimentos

Na América Latina

E no mundo

 

Agora o velho Combatente

Preparava-se para novas batalhas

Desta vez sob o amparo de rodas

 

Após o sacolejar

Do Trabalho e da labuta

Já encantou a todos

 

Quando tratava

De analisar

O cotidiano e a vida

 

Assim como sob ser enérgico

Ponderou sempre

Quando tratava de tropeços íntimos

                                                                                                                                                      

Ao repassar de um novo tempo

De um estalar de novas mãos

A memória não levará para longe

 

Qual poeira no deserto

Os grãos de areia plantados

Como sementes de girassol

 

Nos canteiros e caqueirinhos

Da terra e barro rubro

Das linhagens de Sertão

 

 

*Carlos Maia – Fevereiro/2022

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