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Sobre “alienados e isentões”
"[...]
estou com o Professor José Raimundo Fontes, pois mesmo tendo divergências de
posições na condução e prática política vejo nele um político, gestor público
responsável e coerente na defesa da democracia e dos valores
republicanos."
*por Euvaldo
Cotinguiba Gomes
Vivemos um tempo de disputas cujos meios impróprios, antiéticos, mentirosos, autoritários, ameaçadores, tornaram-se as armas mais utilizadas e disseminadas como tática permanente para manipulação das massas. No Brasil e no mundo essa realidade vem se dando desde 2010, mas intensificou-se nos processos eleitorais de 2014 para cá, desde então a situação piorou muito, pois mesmo sendo constantemente denunciadas encontra-se novas formas e meios de fugir ao controle do Estado e do Direito.
O
problema permanece e segue firme, aprimorando e gerando cada vez mais estragos
na velha e carcomida democracia representativa.
O que
permite e cimenta essas práticas nos levando a tempos tão sombrios? Qual a
relação e culpa de toda evolução e desenvolvimento tecnológico com tudo isso?
Terá alguma responsabilidade sobre estes acontecimentos os sujeitos isolados?
Há uma infinidade de questões que poderíamos levantar sobre tais fatos, mas
gostaria de me ater a dois elementos que acredito serem, em parte, responsáveis
e agentes desse fenômeno.
O primeiro é uma velha situação com a qual sempre nos deparamos, a fenômeno que denominamos “alienação”, pois mesmo com todo desenvolvimento, ampliação de acesso à informação e aos meios de verificação e conhecimento da verdade, a alienação segue firme, forte e sempre em crescimento. A cada dia ela torna-se mais generalizada, chegamos ao tempo em que a 'dita cuja' se apresenta com graduações, não demorar-se-á e teremos um padrão lattes para medir o nível dessa sorrateira companheira nos rebanhos. Estamos caminhando para sermos campeões nessa área, talvez fiquemos atrás somente dos “States”, afinal não convêm superar o mestre e modelo.
O
segundo fenômeno é a neutralidade dos que se acham não alienados, este é outro
grupo que tem crescido bastante, até para fazer frente à ignorância e alienação
generalizada, nada melhor que os negacionistas da divisão, os fujões do
conflito, os que se acham acima do bem e do mal. Aqueles que amam um muro,
mesmo que este seja apenas um risco no chão ou uma ilusão em suas mentes
escorregadias. A neutralidade tem sido outra razão e condição para o aumento da
imbecilidade coletiva que grassa e toma conta das instituições, dos espaços
físicos e virtuais que habitamos simultaneamente. Todos eles tomados por
aqueles que vivem passando pano ou tentando desqualificar a luta dos que fazem
o enfrentamento. Na barbárie que vivemos nada melhor para os imbecis que a
existência dos neutros, estes que fingem e se colocam como “isentões”.
Por
que são piores os neutros e sua falsa neutralidade? Porque qualquer um que
reflita perceberá que os neutros são apenas aquele velho corvo preguiçoso que
sobre um galho seco espera a carniça feder para dela se alimentar. Os neutros
são os que olham permanentemente para o próprio umbigo e esperam ali, assistem
ao mundo se acabar para vender o que sobrar como sucata. Estes são os que
melhor servem aos que estão no domínio e aos que fazem o jogo sujo para o velho
sistema. Os neutros são o combustível das classes dominantes, dos perversos,
dos disseminadores de fake news, dos que usurpam a coisa pública e fazem
das instituições públicas o quintal de sua casa transformando-os em playground
para suas perversidades.
Bem,
por que falar sobre isso? Para dizer que neste momento não há porque seguirmos
sem fazer uma escolha. O tempo exige, a situação exige, a vida das pessoas e
nossas vidas exige posição. É tempo de lutar e nomear as coisas pelos nomes que
as coisas têm. Aqueles que disputam o poder local e que são bolsonaristas
precisam ser derrotados, pois eles têm feito e repetido no poder local os
mesmos métodos e práticas de sua fonte inspiradora. Pode existir desavisados no
meio deles, mas inocentes, duvido muito. É por isso que devemos sim, defender
uma representação política para a cidade que esteja pautada por princípios
democráticos e republicanos.
Quanto
aos que optam pela neutralidade, considero sugestiva a clássica passagem do
Apocalipse:
"Porque não és quente
nem frio, morno,
vomitar-te-ei da minha boca".
E no
próximo domingo, dia 29 de novembro, estou com o Professor José Raimundo
Fontes, pois mesmo tendo divergências de posições na condução e prática
política vejo nele um político, gestor público responsável e coerente na defesa
da democracia e dos valores republicanos; um humanista e grande ser humano que
valoriza os espaços de debate e disputa democrática. Domingo voto 13 para
derrotar o bolsonarista que se encontra no poder nesta cidade.
Comentario lúcido, como sempre, do Professor Euvaldo. Ao PSOL nosso pleno respeito!
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