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segunda-feira, 14 de julho de 2014

A Terceira Via



Como mostramos na página anterior, o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos disse que “as políticas liberais foram fielmente postas em prática e com grande zelo pelos próprios partidos de centro-esquerda a partir do momento em que chamada “Terceira Via” passou a dominar a social-democracia européia”. [1]

Vamos ver, então, como nasceu e evoluiu esta proposta política da Terceira Via e se ela poderia ser a solução para o nosso conturbado mundo social atual.
Segundo José Luís Fiori, “as idéias e os partidos socialistas e social-democratas deram uma contribuição decisiva à história do século XX, em particular à criação do “estado do bem-estar social”, depois da II Guerra Mundial. Mas na década de 80, a social-democracia perdeu fôlego político, e acabou perdendo a sua própria identidade ideológica, asfixiada pela grande “restauração” liberal conservadora, de Margareth Thatcher e Ronald Reagan. Isto aconteceu na Espanha, de Felipe Gonzalez, na França, de François Mitterand, na Itália, de Bettino Craxi, e também na Grécia, de Andreas Papandreu. Nos anos 90, entretanto, este movimento adquiriu outra densidade e importância, com a vitória democrata de Bill Clinton, nos EUA, e do trabalhismo de Tony Blair, na Inglaterra”. [2]
A Terceira Via começou a ser discutida em 1994, quando Anthony Giddens publicou um livro provocador chamado “Para Além da Esquerda e da Direita” (no Brasil, a edição é da Unesp). O assunto, inclusive, ultrapassou as fronteiras inglesas, quando a principal figura política mundial da época apoiou a idéia: o ex-primeiro-ministro inglês Tony Blair convocou em 1988, junto com o então presidente Bill Clinton, uma reunião internacional para discutir e atualizar a social-democracia, criando o movimento da “Terceira Via” ou “governança progressiva”. Ele conseguiu reunir na época líderes políticos tais como: Bill Clinton, Lionel Jospin, Gerhard Schröder, Massimo D´Alema, Fernando H. Cardoso e Ricardo Lagos, além de outros governantes e intelectuais ligados de uma forma ou outra à social-democracia européia, ou ao partido democrata norte-americano. [2]
Bill Clinton tem sido descrito em suas biografias como um novo democrata: algumas das suas políticas, como o Acordo de Livre Comércio Norte Americano e a reforma do bem-estar, têm sido atribuídos à Terceira Via centrista de filosofia de governo, enquanto em outras questões a sua posição foi de centro-esquerda. [3]
Tony Blair foi eleito líder do Partido Trabalhista na eleição para a liderança de Julho de 1994, após a morte repentina de seu predecessor, John Smith. Sob sua liderança, o partido adotou o nome “New Labour” e se afastou de sua posição tradicional de esquerda em direção ao centro. [4]
O Manifesto Trabalhista de 1997 descreve: “A Grã-Bretanha será melhor com o New Labour.
Nosso caso é simples: que a Grã-Bretanha pode e deve ser melhor. A visão é de uma renovação nacional, um país com direção, propósito e energia. Em cada área da política uma abordagem nova e distinta tem sido traçada, que difere da velha esquerda e da direita conservadora. Por isso que o New Labour é novo. New Labour é um partido de idéias e ideais, mas não de uma ideologia ultrapassada. O que conta é o que funciona. Os objetivos são radicais. Os meios serão modernos. Este é o nosso contrato com o povo.
A nova política
A razão por ter sido criado o New Labour é atender aos desafios de um mundo diferente. O milênio simboliza uma nova era que se abre para a Grã-Bretanha. Estou confiante sobre a nossa prosperidade futura, mesmo otimista, se tivermos a coragem de mudar e usá-lo para construir um Reino Unido melhor. Conseguir isso significa mais do que apenas uma mudança de governo. Nosso objetivo é nada menos do que definir a vida política britânica em um novo rumo para o futuro. As pessoas estão cínicas sobre apolítica e desconfiadas das promessas dos políticos. Isso não é surpreendente.
New Labour
O propósito do New Labour é dar à Grã-Bretanha uma opção política diferente: a escolha entre um governo conservador falido, esgotado e dividido em tudo que não seja o seu desejo de se agarrar ao poder, e um novo e revitalizado Partido Trabalhista que foi resoluto em se transformar em um partido do futuro”. [5]
A Terceira Via é uma corrente da ideologia social-democrata que tenta reconciliar a direita e a esquerda, através de uma política econômica conservadora e de uma política social progressista. Ela tem sua origem no governo trabalhista que emergiu na Austrália no final da década de 1980. Ganhou popularidade durante o governo de Bill Clinton nos Estados Unidos, sendo também defendido pela mulher dele, Hillary, durante a campanha presidencial de 2008. O primeiro-ministro britânico Tony Blair e sua facção dentro do Partido Trabalhista, o New Labour, foram os defensores mais entusiastas da corrente. Este pensamento defende um “Estado necessário”, em que sua interferência não seja, nem máxima, como no socialismo, nem mínima, como no liberalismo. Também defende, entre outros pontos, a responsabilidade fiscal dos governantes, o combate à miséria, uma carga tributária proporcional à renda, com o Estado sendo o responsável pela segurança, saúde, educação e a previdência. [6]
À primeira vista, parece ser uma corrente que apresenta uma conciliação entre capitalismo de livre mercado e socialismo democrático, mas Giddens prefere chamá-la de “centro radical”: “Digamos que a “terceira via” defendida por nós é a social-democracia modernizada. Ela é um movimento de centro-esquerda, ou do que temos chamado de “centro radical”. Radical, porque não abandonou a política de solidariedade que tradicionalmente foi defendida pela esquerda. De centro, porque reconhece a necessidade de trabalhar alianças que proporcionem uma base para ações práticas”. [7]
Quando perguntado pela Revista Veja se “a esquerda e a direita morreram?”, Giddens responde: “De modo algum. A maior parte do debate político ainda ocorre entre esses dois pólos. O que acho é que nenhuma delas apresenta propostas viáveis. A economia de esquerda é inadequada. Seu modelo de administração centralizada não tem lugar no mundo atual. As crenças políticas da direita, por outro lado, são incoerentes. Ao mesmo tempo que abraçam o fundamentalismo mercadológico, desejam preservar símbolos e instituições tradicionais, como a família ou a pátria. Todos os símbolos tradicionais são corroídos pela ação do mercado. O mercado fomenta um comportamento individualista que destrói as bases da família ou, pelo menos, leva as pessoas a experimentar novos modelos de relacionamento. O mercado global desfaz as fronteiras nacionais. Em outras palavras, a direita simplesmente não pode ter o que deseja: tradição e mudança ao mesmo tempo.” [7]
Segundo Giddens, “A filosofia da “terceira via” preocupa-se em procurar o sentido das três grandes revoluções: a globalização, as transformações da intimidade e a mudança do relacionamento do homem com a natureza. A partir dessas análises, projeta políticas que, sendo realistas, não deixem de ser radicais. Ou seja, não abram mão dos ideais de solidariedade e inclusão social.”
Na época da entrevista (30/09/1998), Giddens dizia que “Da comparação entre os diversos países que têm lidado com essa hipótese, percebe-se que está emergindo uma agenda comum. Seus principais objetivos são a reforma do Estado, a revitalização da sociedade civil, a criação de fórmulas para o desenvolvimento sustentado, a preocupação com uma nova política internacional. Dito assim parece vago, mas é exatamente o que políticos como o inglês Tony Blair, o francês Lionel Jospin, o italiano Romano Prodi e, por que não?, Fernando Henrique Cardoso estão fazendo hoje em dia.” [7]
O maior ponto de crítica dos opositores aos princípios da Terceira Via é justamente o que foi dito acima: “Dito assim parece vago”.
Naquele mesmo ano de 1998, Farâni Mansur Guérios, de formação claramente católica (ver o site), escreveu que:
“É extremamente preocupante saber que países como os acima citados têm lidado com essa hipótese. Hipótese da qual emerge uma agenda comum, cujos quatro principais objetivos, amplíssimos, atingem o conjunto da sociedade. Tanto mais que, sentindo a falta de substância dessa “terceira via”, seu principal teórico apressa-se em afirmar: parece vago. E, segundo ele, só não seria vago porque tal “via” está sendo adotada em diversos países… É como afirmar que uma frase deixa de ter um sentido vago, só porque 3 ou 4 pessoas a pronunciaram! É desconcertante esse raciocínio, se é que se pode chamar a isso de raciocínio!” [8]
“Há alguns anos, aquilo que poderíamos chamar de intelligentsia esquerdista vem propalando o fracasso de ambos os modelos, e sugere algo novo: nem capitalismo, nem comunismo. Uma nova via — a terceira — seria a saída para o impasse. A idéia, proveniente de velhos marxistas, causa suspeitas… Essa Terceira Via teria, dizem eles, o apoio das massas.” [8]
Muito interessante a argumentação de Giddens sobre a “corrosão de todos os símbolos tradicionais”, porque é justamente contra esta idéia que Farâni luta, como cristão tradicional, quando Giddens diz:
“Creio que toda a confusão de leis em torno da intimidade dos indivíduos é sinal de um momento de transição. A democracia ainda está tentando criar laços com uma vida privada que foi completamente revolucionada nas últimas décadas. Culturalmente, a sexualidade saiu do domínio da tradição. Ela não é mais dada, é criada. O fato de nascer com esse ou aquele gênero não estrutura mais nossos papéis na vida, como acontecia antes. Há quatro décadas, ser homem significava ter um destino mais ou menos traçado no mercado de trabalho. Ser mulher significava ter um destino previsível: casar, gerar filhos ou então encaixar-se em outras categorias, como a da prostituta e a da santa. Ser homossexual, num país como a Inglaterra, significava ter grandes chances de se encrencar com a polícia. Mas a democracia penetrou na vida cotidiana. Homens, mulheres e até mesmo crianças, cada vez mais rapidamente, estão aprendendo a tratar-se como iguais. Tal mudança cria ansiedades que às vezes precisam ser controladas por meio da lei.”
Farâni argumenta que:
“Aqui Giddens, além de radical, é ladino. Segundo ele, a  “democracia” precisa “criar laços com uma vida privada … revolucionada”. No sentido de que a “sexualidade saiu do domínio da tradição”. Isto é, o homem, a mulher e o homossexual não significam a mesma coisa que no passado. O papel do homem alterou-se: Há homens que cuidam dos filhos e mulheres que trabalham fora. Há famílias monoparentais. Existem os homossexuais, que já não encrencam com a polícia. Como “a democracia” entrou e todos “estão aprendendo a tratar-se como iguais”, deve-se legislar para acabar com as “ansiedades”. Então, resta saber: se um homossexual vive com outro, e ambos têm ansiedades para serem considerados um “casal”, é preciso legislar para efetivar a democracia que considera todos iguais?… É bem isso o que está insinuado no seu raciocínio? Tudo leva a crer que sim.” [8]
Esta questão social vou tratar no final desta página. Agora precisamos voltar a outras questões da Terceira Via.
Dejalma Cremonese diz que: “A “terceira via” é composta de partidos políticos chamados genericamente de sociais-democratas, ligados de uma forma ou de outra à Segunda Internacional Socialista, partidos políticos de centro-esquerda que se opõem aos partidos conservadores.” E “o termo “terceira via” não é novo, surgiu na década de 20, sendo usado por alguns notórios movimentos da época. Mais tarde, a “terceira via” passou a ser mencionada para expressar o socialismo de mercado, uma idéia que não chegou a lugar algum.” [9]
Neste sentido, Giddens diz que a terceira via não é uma espécie de “socialismo de mercado” mas concorda com Dejalma, dizendo: “A expressão “terceira via” aparece numa infinidade de ocasiões na história do pensamento político. Nas últimas três décadas, ela foi muito empregada na Europa, sobretudo em países como a Itália e a Suécia, exatamente nessa linha de “socialismo de mercado”. Falava-se num sistema misto, combinando planejamento central e instituições do mercado. A maioria dos estudos, porém, demonstra que a idéia é inviável. Resultaria em desemprego, estagnação, caos financeiro. Não existe “terceira via” desse tipo.” [7]
Dejalma escreve que “Atualmente, o conceito “terceira via” fica entre a velha esquerda social-democrata e a nova direita (neoliberalismo). Na social-democracia, a economia é mista, o Estado é cooperativista, domina a sociedade civil e seu papel na assistência social é extremamente forte: “proteção do berço até à sepultura”. No neoliberalismo o mercado é soberano e o papel do Estado é mínimo. A “terceira via” pretende criar uma nova economia mista e um novo Estado democrático.” [9]
Com o título “A Terceira Via – Uma social democracia moderna”, os jornais O Estado de São Paulo de 21/9/98 e a Folha de São Paulo de 23/9/98 publicaram um texto de Tony Blair, onde ele escreveu:
“A Terceira Via é o caminho para a renovação e o sucesso da social-democracia moderna. Não é simplesmente um acordo entre a esquerda e a direita. Ela busca pegar os valores essenciais do centro e do centro-esquerda e aplicá-los a um mundo de mudanças sociais e econômicas fundamentais – e fazer isso livre de ideologias ultrapassadas.
O desafio que nós encaramos é formidável – mercados globais, pobreza contínua e exclusão social, aumento da criminalidade, colapso da família, mudanças no papel da mulher, uma revolução na tecnologia e no mundo do trabalho, hostilidade popular à política, exigências de reformas democráticas mais profundas e uma série de questões ambientais e de segurança que requerem ação internacional.
As pessoas buscam uma liderança. Elas querem saber como se adaptar e prosperar, como construir estabilidade e segurança neste mundo em mudanças.
A Terceira Via marca uma nova partida dentro do centro-esquerda. A esquerda do século 20 tem sido dominada por dois campos: a esquerda fundamentalista, que via o controle estatal como um fim em si mesmo, e uma esquerda mais moderada, que aceitou essa direção essencial, mas foi a favor do acordo. A Terceira Via é uma nova avaliação séria. Ela extrai vitalidade da união das duas grandes correntes de pensamento à esquerda e ao centro – socialismo democrático e liberalismo, cujo divórcio neste século tanto fez para enfraquecer a política progressista em todo o Ocidente.
A antiga esquerda e a nova direita tomaram – e continuam a tomar – diferentes formas ao longo da Europa. Não há um esquema único para a Terceira Via. Mas os partidos progressistas da Europa compartilham valores comuns, e todos estamos nos adaptando para enfrentar novos desafios.
Também devemos reinventar o próprio governo para a nova era. Governos ao longo deste século foram bem equipados para regular o dinheiro, expedir cheques beneficentes, construir casas, até mesmo para lutar em guerras e mandar homens à Lua. Agora eles precisam aprender novas habilidades: trabalhar em parceria com os setores privado e voluntário; dividir a responsabilidade e responder a um público muito mais exigente; e cooperar internacionalmente de novas maneiras….
No nível internacional, as substituições das antigas certezas da guerra fria pelas ameaças mais traiçoeiras do crime organizado do terrorismo das drogas e da degradação ambiental requerem formas flexíveis de cooperação internacional.
Adotamos a cooperação sem denegrir o patrimônio. O Novo Trabalhismo significa uma Europa forte, descentralizada, expandida para o leste e capaz de lidar com problemas além-fronteiras de modo eficiente, mas com integração só onde for necessária.
Essa é a Terceira Via. Uma nova aliança entre o progresso e a justiça.
Uma nova base de apoio, estendendo a mão àqueles que compartilham nossos valores mas duvidam de nossa capacidade de implementá-los.
Com coragem, podemos reverenciar nossa história e construir sociedades social-democráticas para o século 21”. [10]
Farâni usa este artigo de Tony Blair para dizer:
“O socialismo democrático, ao que parece, seria aquele sistema sócio-econômico-político em que o governo do povo (democracia) soma-se ao socialismo, este último responsável por uma distribuição igualitária dos bens (economia) e um nivelamento social. Seria diferente do socialismo clássico no sentido de que, neste, tal distribuição e tal nivelamento se operavam pela força de um poder estatal onipotente. Na nova “terceira via” se operariam por força de um consenso popular democrático. Estamos pois no reino da pura utopia.
A esse estado de coisas se acrescentaria o liberalismo, mas não mais o liberalismo clássico, em cujo sistema a livre concorrência no mercado e a livre iniciativa levavam a desigualdades maiores ou menores de fortuna e de situação social. O liberalismo da terceira-via, ao mesmo tempo que parece abrir campo a uma certa iniciativa privada, julga poder contê-la dentro dos limites de um igualitarismo social e econômico. Quais seriam os mecanismos de controle para evitar as desigualdades, uma vez que o Estado dirigista parece estar fora de cogitação? Ao que tudo indica, estamos novamente diante da idéia de uma regulamentação consensual levada a cabo pelo Estado de acordo com os particulares. Ou seja, um Estado fraco e um conjunto de organizações não-estatais de múltiplas cabeças atuando de comum acordo. Os grandes conglomerados, formados nos vários campos da atividade econômica — financeira, industrial, comercial — seriam os parceiros do Estado na direção do País.
Se for assim, é preciso convir que estamos diante de uma concepção singular de liberalismo, na qual este acaba por se confundir com o socialismo, uma vez que o pequeno proprietário e o pequeno investidor pouca ou nenhuma liberdade teriam para se afirmar diante de molochs estatais ou privados, pouco importa, que exerceriam verdadeiro poder monopolístico e imporiam suas condições e seu domínio.
Tudo isso, entretanto, é muito vago, para não dizer que é muito confuso.
Em qualquer caso, porém, olhando a realidade e não a utopia, fica-se a um passo da realização da meta última do marxismo, ou seja, a abolição do Estado em favor de um mundo sem governos nem desigualdades, mas que por um passe de mágica ainda não explicado mergulharia, sem se autodestruir, na an-arquia (sem governo). Será este o objetivo dessa nova via?” [8]
Concordando com Farâni, Dejalma escreve que “Contrariando tais expectativas, esse modelo afastou-se da tradição original da social-democracia e empenhou-se em reafirmar e reforçar os velhos vícios do neoliberalismo, como a desregulamentação econômica e o predomínio da economia sobre o social, sendo os ministros da área econômica os presidentes dos bancos centrais o coração de seus governos. A subordinação de comportamentos segundo as pesquisas de opinião, bem como o processo de alianças políticas possíveis e impossíveis, foram comuns nos referidos governos.
O interesse dos teóricos da “terceira via” é a subordinação de seus comportamentos às pesquisas de opinião: “não há verdades, mas conveniências de marketing”, “não há mais alianças possíveis e impossíveis, mas objetivos a conseguir que justificariam aliar-se a quem quer que seja”. “Não há mais valores éticos, que não possam ser driblados por boa companhia midiática, ou seja, a mídia ajuda a deturpar os valores éticos fazendo uma homogeneização de pensamento (o pensamento único) da classe dominante.” [9]
Farâni, concluindo o seu texto com o subtítulo “Novidade: veneno oculto da serpente!”, escreveu:
“De fato, a Terceira Via vai longe. Com um tom por assim dizer profético, continua Blair: “Também devemos reinventar o próprio governo para a nova era. [Os] governos precisam aprender novas habilidades: trabalhar em parceria com os setores privado e voluntário; dividir a responsabilidade e responder a um público muito mais exigente” (id., ib.).
Em outras palavras, o governo para a nova era deve despojar-se, ao menos em boa medida, de seu papel governativo, equiparar-se ao setor privado, compartilhar a responsabilidade e prestar contas, talvez de igual para igual, a um público mais exigente. É preciso reconhecer, os comunistas, historicamente, não tinham chegado até esse ponto. O chamado “socialismo real” soviético, chinês ou cubano ficou nos limites do Estado totalitário.
Mas não é de surpreender. Em seu já célebre ensaio Revolução e Contra-revolução, o Professor Plínio Corrêa de Oliveira tratou da IV Revolução nascente, que sucede às três anteriores — a Pseudo-Reforma Protestante, a Revolução Francesa e a Revolução Comunista –, nos seguintes termos: “Ela deverá ser a derrocada da ditadura do proletariado em conseqüência de uma nova crise, por força da qual o Estado hipertrofiado será vítima de sua própria hipertrofia. E desaparecerá, dando origem a um estado de coisas cientificista e cooperativista, no qual — dizem os comunistas — o homem terá alcançado um grau de liberdade, de igualdade e de fraternidade até aqui insuspeitável” (Revolução e Contra-revolução, Parte III, cap. III, 1, p. 180, 4ª ed., Artpress, São Paulo, 1998).
Representa a Terceira Via uma tentativa de implementar essa etapa? É certo que há um esforço incomum propalando as virtudes dessa via. Porém, não é possível saber se, diante das inúmeras crises que se acumulam no horizonte, ela se desenvolverá inteiramente, no sentido de tentar alcançar de pronto aquele estado de coisas utópico, propugnado pelos mais avançados revolucionários comunistas. [8]
O que podemos observar acompanhando os movimentos políticos da União Européia é que a maioria dos países antes controlados pela Esquerda se converteram para a Direita e a Terceira Via enfraqueceu-se profundamente por diversos fatores a serem posteriormente analisados.
Segundo Dejalma, este enfraquecimento da Terceira Via também foi sentido por Giddens:
“Para Giddens, infelizmente, a Inglaterra se recusa a aceitar a “terceira via”, a chegar a um porto seguro, pois resiste ao progresso e à atualidade: “A Grã-Bretanha é ingrata! A Grã Bretanha não merece o Sr. Blair, não merece a London School of Economics, não merece a mim, desabafa Giddens”. [9]
E continua, dizendo em “Elementos definidores da terceira via”:
“No entendimento de Giddens, o problema da antiga esquerda é que ela era muito identificada com o Estado, enquanto a nova esquerda se identifica com a democracia e a democratização do Estado. É um momento cuja força de trabalho está crescendo, pois a antiga esquerda nunca esteve enfraquecida.
Giddens acredita que a globalização não é apenas econômica, mas também um fenômeno social e intelectual: “E já não devemos voltar atrás. Acabou a família, com a igualdade das mulheres; e acabou o Estado-Nação, com a vitória do liberalismo econômico e a imposição do comércio mundial. Só resta nos adaptarmos e entrarmos na corrida”. Questionado sobre o impacto negativo da globalização em países e povos empobrecidos e sobre o injusto crescimento das desigualdades sociais, com a crescente concentração da riqueza nas mãos de poucos e o empobrecimento das maiorias, Giddens não soube dar uma resposta convincente, o que deixa claro que essa não é a preocupação da “terceira via”.
Para Giddens, a “terceira via” difere da social democracia e do neoliberalismo. Politicamente, “a “terceira via” representa um movimento de modernização do centro. Embora aceite o valor socialista básico da justiça social, ela rejeita a política de classe, buscando uma base de apoio que perpasse as classes da sociedade”. Em economia, a “terceira via” prega uma nova economia “mista”, pautando-se no “equilíbrio” entre a regulamentação e a desregulamentação e entre os aspectos econômico e não-econômico na vida da sociedade. Ela deve “preservar a competição econômica”, quando ela é ameaçada pelo monopólio. Deve também “controlar os monopólios nacionais” e “criar e sustentar as bases institucionais dos mercados”.
Segundo o entendimento de Tony Blair, “a terceira via é rota para a renovação e o êxito da moderna social-democracia. Não se trata simplesmente de um compromisso entre a esquerda e a direita. Trata-se de recuperar os valores essenciais do centro-esquerda e aplicá-los a um mundo de mudanças sociais e econômicas fundamentais, e de fazê-los livres de ideologias antiquadas. (…) Na economia, nossa abordagem não elege nem o laissez-faire nem a interferência estatal. O papel do governo é de promover a estabilidade macroeconômica, desenvolver políticas impositivas e de bem-estar”. [7]
José Fiori também diz que em relação à terceira via, “O resultado foi uma geléia ideológica, com propostas extremamente vagas e imprecisas, que mal encobriam o seu núcleo duro voltado para a abertura, desregulação e desestatização das economias nacionais, e para um ”prologement vaguement social de la révolution thatcheriste” (prolongamento vagamente social da revolução thatcherista), como caracterizou na época, a revista francesa, Nouvelle Observateur. ”
A “terceira via” teve uma vida muito curta. Talvez, por causa da superficialidade e artificialidade das suas idéias, talvez, porque seus líderes mais importantes acabaram sendo derrotadas nas urnas, ou passaram para a história como grandes fracassos ou blefes político-ideológicos. Como no caso do iniciador do movimento, o ex-primeiro-ministro Tony Blair, que foi afastado da liderança trabalhista em 2007, e se transformou no inimigo numero um da imprensa e da maioria da opinião publica inglesa, sob acusação de ter mentido para justificar a entrada do seu país na Guerra do Iraque, além de ter acobertado casos de tortura, por parte de suas tropas.
Tony Blair foi substituído por Gordon Brown, outro ideólogo da “terceira via” que acabou sofrendo uma das derrotas eleitorais mais arrasadoras da história do trabalhismo inglês. Bill Clinton também não conseguiu fazer seu sucessor, e passou para a história, como símbolo do expansionismo imperial americano, da década de 1990, a despeito de sua retórica “globalista” e democrática. Os demais participantes europeus do movimento também tiveram finais inglórios, como foi o caso de Lionel Jospin, Massimo D´Alema e Gerhard Schröder, e hoje ninguém mais fala ou lembra, na Europa ou nos Estados Unidos, do projeto da “terceira via”. Mas este factóide anglo-americano teve uma sobrevida, e só será enterrado definitivamente, em 2010, na América Latina. Primeiro, no Chile, depois da derrota eleitoral da “Concertacion” de Ricardo Lagos. E depois, no Brasil, com a provável derrota do partido social-democrata, de Fernando H. Cardoso, nas eleições presidenciais deste ano (2010). Nos dois casos, o que mais chama a atenção não é a derrota em si mesma, é a anorexia ideológica dos dois últimos herdeiros da “terceira via”. Não se trata de incompetência pessoal, nem de um problema de imagem, se trata do colapso final de um projeto político-ideológico eclético e anódino que acabou de maneira inglória: o projeto do neoliberalismo social-democrata. Que repouse em paz! [2]
Atualmente (dez/2011), dos 27 países membros da União Européia, vinte estão agora sob diferentes graus de governo de Direita: Alemanha (27/09/2009), Bulgária (27/07/2009), Eslováquia (08/07/2010), Espanha (20/11/2011), Estônia (06/04/2011), Finlândia (22/06/2011), França (18/05/2007), Hungria (29/05/2010), Irlanda (09/02/2011), Letônia (17/09/2011), Lituânia (28/11/2008), Luxemburgo (07/06/2009), Malta (08/03/2008), Países Baixos (Holanda) (14/10/2010), Polônia (09/10/2011), Portugal (01/06/2011), Reino Unido (12/05/2010), República, Romênia (22/12/2008) e Suécia (19/09/2010).  Segundo o Jornal The Guardian, cinco países apenas ainda são de Esquerda: Dinamarca (15/09/2011), Bélgica (05/12/2011), Áustria (02/12/2008), Eslovênia (04/12/2011) e Chipre (28/02/2008) e dois países estão classificados como “neutros”: Itália (Mário Monti, 13/11/2011, Governo Tecnocrático) e a Grécia (Lucas Papademos, 10/11/2011, Coalisão política). [11]
Concluindo esta página sobre a Terceira Via, relembramos que o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos acredita que os partidos de centro-esquerda estão sendo derrotados pelas urnas na Europa porque não conseguiram se diferenciar da direita: “As políticas liberais foram fielmente postas em prática e com grande zelo pelos próprios partidos de centro-esquerda a partir do momento em que chamada Terceira Via passou a dominar a social-democracia europeia. Teorizada nos anos 1990 por Anthony Giddens, seguida inicialmente pelo Partido Trabalhista inglês e depois pelos restantes partidos socialistas europeus, a Terceira Via abriu o caminho para a prioridade da estabilidade dos mercados sobre a estabilidade das expectativas dos cidadãos. Com isso, a centro-esquerda passou a ter muitas dificuldades em distinguir-se da direita”.
E indo além da polarização Direita x Esquerda, Boaventura diz que é preciso “refundar o modelo europeu”, que atualmente está morto: “O modelo de integração européia foi construído na base do trauma de duas guerras mundiais e com o objetivo de construir uma solidariedade robusta entre os países europeus que pusesse fim à irrupção de nacionalismos agressivos. Se esse modelo estivesse em vigor –dada a integração econômica e a moeda única–, a dívida não seria portuguesa, grega ou irlandesa, mas européia. Como isso não aconteceu e como os interesses dos bancos alemães prevaleceram sobre tudo o resto, é claro que esse modelo terminou o seu caminho. Para refundá-lo, é preciso dar aos europeus a possibilidade de imaginarem um federalismo europeu com verdadeira coesão entre os Estados em que a possibilidade de bancarrota seja tão remota quanto à da Califórnia”.
Para terminar este tópico, quero colocar meu ponto de vista quanto ao enfraquecimento da Terceira Via no mundo. Em primeiro lugar, concordo com algumas das hipóteses de José Fiori: “O resultado foi uma geléia ideológica, com propostas extremamente vagas e imprecisas, que mal encobriam o seu núcleo duro voltado para a abertura, desregulação e desestatização das economias nacionais, e para um prolongamento vagamente social da revolução thatcherista. A “terceira via” teve uma vida muito curta. Talvez, por causa da superficialidade e artificialidade das suas idéias, talvez, porque seus líderes mais importantes acabaram sendo derrotadas nas urnas, ou passaram para a história como grandes fracassos ou blefes político-ideológicos. Não se trata de incompetência pessoal, nem de um problema de imagem, se trata do colapso final de um projeto político-ideológico eclético e anódino que acabou de maneira inglória: o projeto do neoliberalismo social-democrata. Que repouse em paz ! [2]

Como tenho dito constantemente e escrevi na página anterior, “a única coisa em comum a todos os pontos de vista é que todos acham que estão certos e todos acham que os que pensam diferentes estão errados”.
A Terceira Via surgiu como uma solução política e econômica após a queda do Muro de Berlin em 1989 e a extinção da União Soviética em 1991, enfraquecendo a Guerra Fria e emergindo um movimento de centralização política na Europa, que estava exatamente no meio geográfico e político daquela questão. Como vimos anteriormente, para salvar o mundo da Terceira Guerra Mundial nasceu o Movimento Hippie, que tratou de romper com as tradições culturais e econômicas que estavam levando a humanidade à hecatombe final, propondo o amor livre e a não-violência. Esta ruptura com a tradição, que é normal e saudável na fase dos adolescentes, quebrou as barreiras das diferenças e criou uma geração anarquista, libertária e ambisexual (o que deu origem aos salões de beleza “unisex”).
Este movimento teria criado uma grande revolução, se o Capitalismo não houvesse tomado uma atitude crucial para a sua sobrevivência: a inclusão! O movimento hippie rapidamente foi aceito, incorporado e vendido pelo próprio sistema capitalista, eliminando sua contravenção e enfraquecendo sua ideologia. A partir deste momento, nunca mais tivemos movimentos revolucionários eficazes, porque o capitalismo aprendeu a imediatamente aceitá-los, a enquadrá-los como “moda” e a vender os seus produtos e idéias em forma de música, roupa e literatura. O mesmo aconteceu com os Punks, os Darks e os Emos, os homossexuais e a mulher no mercado de trabalho. Tudo está voltado para o consumo e para isto o marketing incorpora todas as minorias e as enaltece, visando o lucro gerado pela inclusão. Exemplos desta questão: Gays e consumo: http://vilamulher.terra.com.br/o-poder-de-consumo-do-publico-gay-13-1-48-48.html; mulheres e consumo: http://www.sophiamind.com/pesquisas/consumo-pesquisas/brasileiras-controlam-66-do-consumo-das-familias-brasileiras/.

Por isso Armando Avena ressuscita Karl Marx, dizendo em sua palestra que: “o capitalismo moderno era completamente diferente daquele que ele havia analisado e que se pudesse novamente estudá-lo teria de reescrever O Capital”. [12]
E é contra isto que Farâni, católico de direita confesso, argumenta:
“Aqui Giddens, além de radical, é ladino. Segundo ele, a  “democracia” precisa “criar laços com uma vida privada … revolucionada”. No sentido de que a “sexualidade saiu do domínio da tradição”. Isto é, o homem, a mulher e o homossexual não significam a mesma coisa que no passado. Como “a democracia” entrou e todos “estão aprendendo a tratar-se como iguais”, deve-se legislar para acabar com as “ansiedades”. Então, resta saber: se um homossexual vive com outro, e ambos têm ansiedades para serem considerados um “casal”, é preciso legislar para efetivar a democracia que considera todos iguais?… É bem isso o que está insinuado no seu raciocínio? Tudo leva a crer que sim.” [8]
E aqui, finalmente, o próprio Giddens explica porque a Terceira Via não deu certo em um mundo baseado nas crenças: “A maior parte do debate político ainda ocorre entre esses dois pólos (Direita e Esquerda). O que acho é que nenhuma delas apresenta propostas viáveis. A economia de esquerda é inadequada. Seu modelo de administração centralizada não tem lugar no mundo atual. As crenças políticas da direita, por outro lado, são incoerentes. Ao mesmo tempo que abraçam o fundamentalismo mercadológico, desejam preservar símbolos e instituições tradicionais, como a família ou a pátria. Todos os símbolos tradicionais são corroídos pela ação do mercado. O mercado fomenta um comportamento individualista que destrói as bases da família ou, pelo menos, leva as pessoas a experimentar novos modelos de relacionamento. O mercado global desfaz as fronteiras nacionais. Em outras palavras, a direita simplesmente não pode ter o que deseja: tradição e mudança ao mesmo tempo.” [7]
Ainda estamos vivendo uma realidade onde as pessoas se auto-definem pelas suas crenças ou suas diferenças: “sou capitalista” versus “sou socialista”; “sou cristão” versus “sou judeu”; “sou homossexual” versus “sou heterossexual”; “sou capitalista” versus “sou socialista”; etc. E a Terceira Via, procurando um meio-termo entre Direita e Esquerda, cria o que José Fiori chama de “geléia ideológica, com propostas extremamente vagas e imprecisas”. Uma idéia revolucionária somente surge após uma grande crise social e muito sofrimento popular, fato este que ainda não aconteceu nem na Europa, nem nos EUA ou em outros lugares do mundo atual.
Giddens, Blair e Clinton, a meu ver, tentaram uma terceira via para “salvar” o mundo de um colapso econômico. Só que eles anteciparam o “momento histórico”, que ainda não chegou. Com o enfraquecimento do Socialismo pareceu que o Capitalismo havia vencido a Guerra Fria e que era a única teoria econômica válida e por isso os países europeus foram preferindo e aderindo à ideologia capitalista de centro-direita. “Em time que está ganhando não se mexe”, diz o ditado. Um processo semelhante aconteceu quando o ex-presidente americano Richard Nixon quebrou o acordo de Bretton Woods (de 1944) entre 1971 e 1973, acabando com o padrão dólar-ouro, resultado das próprias políticas de reconstrução da Europa definidas pelos Estados Unidos em razão da guerra fria e da sua estratégia em manter sua posição hegemônica dentro do sistema monetário internacional. [13] Mas sobre isto vamos falar em outra página.
Voltando à minha forma de abordar as crenças nas diferentes medicinas, eu uso “o que funciona”, independentemente das teorias. E é exatamente esta a questão de Blair: “O que conta é o que funciona. Os objetivos são radicais. Os meios serão modernos. Este é o nosso contrato com o povo.” É o que comenta Caetano Falcão: “Em nome da eficácia, Blair manteve o essencial das reformas econômica modernizadoras implantadas pela conservadora Margaret Thatcher – a dinâmica das privatizações e o encolhimento do Estado -, preservando compromissos com a igualdade de oportunidades e a inclusão social, ocorrendo maiores investimentos em escolas e hospitais. Corrigindo o aparente descaso com a educação, saúde e transportes públicos, itens sociais tidos como a causa da derrota dos conservadores em 1997.”
E acrescenta o que eu falo sobre “polarização das crenças”: “A Terceira Via surge como contraponto à velha esquerda que prega o controle estatal, ou seja, a esquerda que ainda defende a política tradicional estatal e governo centralizado. Ela também tenta acabar com a crença advogada pela direita que os livre-mercados sejam a resposta para todos os problemas”. E, vaticinando há uma década o que vemos de forma deslava hoje no Brasil, diz: “A Terceira Via proposta pelo atual Primeiro Ministro Inglês Tony Blair tenta a combinação de crescimento econômico e justiça social, com a eliminação de subvenções, clientelismo e corrupção inerentes ao Estado patrão e assistencialista, porem, a reforma do Estado é pré-requisito para retomada do crescimento sustentável.” Mas conclui de forma pessimista o seu texto: “Chegamos ao final do século e ao que parece o único modelo ideológico que sobreviverá é o clássico bipartidarismo americano entre democratas e republicanos, se analisarmos hoje o cenário político europeu veremos que esquerda e direita servem apenas para sinalizar o trânsito. Outro fator importante deste final de século é o fantasma da globalização da economia que nada mais é do que o novo capitalismo de imposição das economias mais desenvolvidas sobre as menos desenvolvidas”. A velha esquerda é incompatível com a Terceira Via? Ou a Terceira Via é só para inglês ver…, a história se encarregará de contar. [14]
Por enquanto, vamos acompanhar os ventos da economia mundial e ver para eles nos levam…
Fontes:
[1] http://zelmar.blogspot.com/2011/06/para-sociologo-centro-esquerda-perde-em.html
[2]José Luís Fiori, cientista político, é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=4761
[3] http://pt.wikipedia.org/wiki/Bill_Clinton
[4] http://en.wikipedia.org/wiki/Tony_Blair
[5] http://www.australianpolitics.com/uk/labour/97-labour-manifesto.shtml
[6] http://pt.wikipedia.org/wiki/Terceira_via
[7] Revista Veja, 30/09/1998, em entrevista com Giddens, intitulada “Há uma alternativa”. Para se ler pela Internet: http://veja.abril.com.br/300998/p_011.html.
[8] Terceira Via: “Centro radical” ou etapa avançada do marxismo? R. A. Farâni Mansur Guérios – Extraído da Revista Catolicismo de Novembro de 1998. Fonte: http://www.lepanto.com.br/dados/Esttercvia.html
[9] A terceira via: alternativa ou continuísmo? Dejalma Cremonese, in http://br.monografias.com/trabalhos915/terceira-via-alternativa/terceira-via-alternativa.shtml
[10] Tony Blair.  A Terceira Via – Uma social democracia moderna”. Jornais O Estado de São Paulo de 21/9/98 e a Folha de São Paulo de 23/9/98.
[11] Ver o excelente infográfico no site do The Guardian: http://www.guardian.co.uk/world/interactive/2011/jul/28/europe-politics-interactive-map-left-right.
[12] A última tentação de Marx, Armando Avena, Ed. Ensaio
[13] O Fim do Regime de Bretton Woods Como Reação do Império Norteamericano, Marcelo Pereira Fernandes. Fonte: http://www.revistadialetica.com.br/site/wp-content/uploads/2011/04/Revista-Impressa.pdf.

[14] Caetano Pinto Falcão, Tendências & Debates: A Terceira Via Como Alternativa Ideológica Do Próximo Século. http://mnoticias.8m.com/tendenci.htm 

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