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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A visão mercadológica da política eleitoral conquistense




* Por Herberson Sonkha

Pensar na política conquistense é, sobretudo, fazer uma análise histórica do cerne dos acontecimentos eleitorais no município. Normalmente o senso comum induz ideologicamente as pessoas a pensar, independente de sua classe social, a política como sendo um comportamento mercadológico, portanto, mercadorização das relações política. Esta transformação conceitual das relações sociais faz subsumir o caráter transformador da política, transformando-a em mero joguete de forças, passando a atuar simplesmente como trocas de favores. Portanto, as eleições constitui-se num momento para os depauperados realizar trocas.


Como todo mercado move-se pelo fetiche, os agentes que operam a política institucional tornaram-se objeto deste fetiche, decompondo o caráter transformador da ação política num pobre mercado de trocas, com grandes investimentos imediatos. Por quê? Há inúmeras explicações esses fenômenos.

Para melhor analisa-lo é possível organizá-los por aproximação em três categorias para compreender a dinâmica deste despolitizado “mercado de investimentos”. 1) hereditário; 2) financista; 3) coletivo.

Os agentes hereditários aqui observados são aqueles que derivam da tradição sociopolítica do século passado, conhecido pelas suas características coronelistas. Não há um projeto político de transformação social que justifique seus pleitos e por isso buscam manter a prática patrimonialista e assistencialista. Observa-se a presença de acordos fisiológicos com lideranças ligadas ao associativismo visando constituir uma capilaridade e consequentemente a densidade eleitoral necessária para eleger.

Os agentes financistas também observados aqui são aqueles patrimonialistas que apesar de possuir características dos agentes hereditários, não são iguais. Além de negar qualquer tipo de ação popular fazem a financeirização do processo eleitoral. O perfil destes agentes é diferenciado, pois, na maioria das vezes possuem formação superior e retórica tecnocrata. Também não há um projeto de transformação social, pelo contrário, de conformação social. Sua práxis social é afirmação da sociedade atual e visam minimizar os efeitos deste modelo de sociedade. Por serem patrimonialistas estes agentes fazem grandes investimentos neste mercado, profissionalizando as relações partidárias, operando valores estratosféricos com contratações precárias de desempregados, peças publicitárias enganosas para propagandear a imagem de agentes sérios e comprometidos com o social.

Os agentes coletivos atuam no lócus politicus visando transformação social, portanto, são aqueles que militam em associações, sindicatos, órgãos de classe, movimento estudantil, étnico, gêneros e propõe ruptura com o modelo de sociedade estabelecida. No que pese compreender que o Estado é um espaço de disputa de projetos políticos de governo, não obstante, reconhece seu caráter fundante burguês. Diferente dos hereditários e financista estes agentes são fortemente influenciados por teses revolucionárias e defendem formas de organização populares. O projeto político que dá sustentação a militância é o socialismo.

A partir desta rápida analise dos agentes políticos que operam na política conquistense podemos compreender cada discurso. Outra questão a ser observada aqui é fonte mantenedora dos gastos realizados neste período são diversas e muitas vezes omissas. O volume de dinheiro que circula em torno deste mercado é absurdo e possuem dois aspectos, a saber: os declarados ao fisco e os não declarados, que na maioria das vezes surpreende quando observados contabilmente.

Este mercado possui um sistema nevrálgico de caráter econômico e opulento. Seus agentes são empresários, altos dirigentes concursados e agentes de confiança da máquina estatal. Além de participarem do processo eleitoral com suas presenças, lideranças, recursos financeiros contam com uma pernóstica postura de preconceito, racismo, homo-lesbofobia e exclusão das lideranças ligadas aos movimentos sociais.

Por fim, cabe aqui uma última análise da política conquistense no sentido de afirmar que a proposta de alternância de governos nas sociedades capitalistas a partir das eleições democráticas padece por ser subsumida pelas regras de mercado. O dinheiro ainda exerce forte influencia, senão determina em ultima instancia as disputas eleitorais e, na maioria das vezes, põe em risco governos avançado e sua legitimidade, além de inviabilizar a gestão popular.

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