*por Carlos Maia

Eis que chega

A festa da carne

“Pós” pandemia

Apesar de ainda

Manter-se enquanto

Uma movimentação cultural

Repõe os velhos

Dilemas de uma

Catarse social

De um brilho reluzente

Das fantasias e

Dos tapa-sexos

Das sambistas que cada vez mais

Expõe a beleza do corpo

Aos desígnios do capital

Que neste momento comanda o samba

Com abre-alas, porta-bandeiras

Carros alegóricos e bateria

A exploração da beleza

Segue a lei do valor de troca

E das variantes mercadológicas

Atravessando o samba

Levantando a pipoca

Atrás do trio

Dançando o frevo, alienando-se geral

No consumo das vestes, das bebidas e das drogas

O entorpecente maior

Está nas letras das canções

Está nos balanços dos corpos

Que vendem-se mercadorias

Na mais que tradicional

Superacumulação do capital

Que disfarça a crise

Da raiz ao topo

Levantando multidões

*Carlos Maia – Fevereiro/2023