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quinta-feira, 12 de abril de 2018

Educar para transformar se faz em coletividade

"Percebo que não adianta ficarmos no “nosso mundo”, nos nossos grupos políticos, no convívio apenas dos nossos companheiros, muito menos acreditar que a educação formal das escolas irá libertar alguém."

*por Omar Costa Ribeiro[1]


Venho até aqui com o objetivo de falar de educação, mas não a educação formal e sim da educação que causa transformação. O momento que passamos reflete bem a necessidade da educação a que me refiro. Tomamos um golpe e somos cercados por analfabetos políticos. Em todo esse tempo em que “estivemos no poder”, pouco foi o nosso trabalho no campo da educação para gerar consciência crítica e libertação.


Essa libertação que trago para debate é a libertação dos históricos meios de informação, as mídias, os canais de televisão, os jornais, as revistas, que atendem aos interesses distintos das pautas da maioria, distintos dos interesses do povo. Meios que são comandados por àqueles que não querem ouvir a palavra liberdade.
terça-feira, 3 de abril de 2018

O Dramático Panorama do Ensino no Brasil.




"Nessa perspectiva, ela deixa de ser um direito universal, a ser assegurado pelo Estado, e passa a ser oferecida como um serviço, que será regulado pelo mercado."

por Joilson Bergher[1]

  
Abril, ano de 2018, d.C., sob a égide de um descalabro social, vigente, após a derrubada de uma Presidente legitimamente eleita com 54.501.118 votos (51,64%), Dilma Rousseff, pagou o preço em se manter ética, ou a escolha, em continuar com a cabeça erguida, para enfim, não ser vergada por uma categoria política oportunista, que, irresponsavelmente, trata o Brasil de forma pequena, colonizada, de joelhos, aos que se deleitam ao ver esse país ser desmontado em aportes sociais fundantes, a exemplo, de nosso ensino, em todos os níveis.

Para se ter a ideia do drama em que a educação do pais foi colocada, - “desde 2012 a despesa total com educação vem caído em termos reais e, no caso da educação superior, essa queda acontece desde 2014. No total, de 2012 a 2016 houve redução de R$ 14, 2 bilhões, atingido mais a educação básica”. (Le Monde Diplomatique. fev. 2018)

Lembro que tais dados, são parte de um Plano de Financiamento destruidor da ideia de um Estado apoiado na PEC-95, sabiamente, apelidada no Brasil, e no Mundo, como a PEC da morte, na prática, proíbe investimentos no social por vinte anos e gastos correntes ordinários fundamentais para o cotidiano dos brasileiros.  No caso especifico da educação: em curso está a privatização do ensino.

Nessa perspectiva, ela deixa de ser um direito universal, a ser assegurado pelo Estado, e passa a ser oferecida como um serviço, que será regulado pelo mercado. Aliás, aqui, no Brasil, em curso está a Teoria do Capital Humano, onde a educação simplesmente, será tratada como um “serviço qualquer, e que deve ser realizado caso haja a possibilidade de retorno” capitalista.

Segundo o senador Humberto Costa (PT-PE). "A área da Educação está sendo sucateada por esse governo que veio para destruir todos os avanços no setor. O veto vai atingir diretamente o Fundeb", acrescentou Costa. É bom reafirmar em alto, e em bom som que esse recurso retirado da educação terá impacto grande, porque o efeito da crise econômica tem atingido muito os estados. O Fundeb serve exatamente para que a União cumpra o papel constitucional de dar suporte aos estados que estão sem condições de investir em serviços básicos, como a educação.

Sem um recurso extra, reduz-se o efeito redistributivo do orçamento público federal, sobretudo, em regiões mais pobres, que são mais dependentes dele. Tem mais: “No planejamento do governo em 2018, o orçamento previsto é de apenas R$ 5 bilhões para universidades, enquanto em 2017 foi de R$ 8 bilhões e de R$ 15 bilhões em 2015, uma queda progressiva. Na área de Ciência e Tecnologia, a redução é de R$ 2 bilhões em relação ao ano passado”. (BRASIL 247, www.brasil247.com, acessado em: 02 abr. 2018)

A pergunta que fazemos, -  A quem interessa essa tragédia social vivenciada no Brasil? Apoiado em Hegel, coaduno que todos os fatos e personagens de grande importância na história do mundo ocorrem, por assim dizer, duas vezes... a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa. No caso do Brasil observo “que a conjunção de diversos fatores e inúmeras condições não permitem a simples repetição do fenômeno histórico, também o é que a oposição (antífrase) entre tragédia e farsa reflete uma decadência entre ambos, mas também adverte que a ninguém é permitido portar-se ingenuamente ante as intrincadas relações políticas, sociais e econômicas”.

Nos parece clara uma ideia atualmente, a atividade política tem que ser desprestigiada, como se decaída fosse, no lugar que cabe à democracia, um fictício primado da técnica, montado num canal de TV, um novo algoritmo de controle de pessoas, de ideias, tipo: “Que Brasil eu quero?” Nos parece ser isso o atual modelo, ou a ideia, ou ainda uma premissa de educação em curso no Brasil. É um modelo que solapa pessoas, que nega o pagamento de um Piso Salarial decente ao professor, seja em Brumado, Uberlândia, Salvador, Porto Alegre, Vitoria da Conquista, Anagé, ou Jequié...

E agora, o que vai acontecer com o Brasil? A democracia foi suspensa ou vale a pena legitimar essa falsa democracia? Qual caminho que sobra para defender direitos de pessoas? Qual a democracia que nos representa? A insurreição, as ruas, o voto, num país, onde um pseudo-governo instalado em Brasília conta com 97% de aprovação negativa? Ou refundar a democracia em bases populares, para a defesa de uma maioria absoluta? Como não dá para prevê conjunturas, apenas reverbero que “a empatia com o sofrimento alheio é indiscutível, por isso temos tanta comoção e revolta frente às grandes tragédias, e todas as grandes tragédias”, incluso o Brasil dos tempos atuais tem seu período de reflexão, “traz à tona o medo do fim, mas também a sensação de estar vivo”, de olhos abertos.

Está na filosofia, e também na história – essa ou aquela comoção ou tragédia tem prazo de validade, quando as pessoas não estão diretamente envolvidas, nesse processo, passado o período de abstração, a emoção frente a essa ou àquela situação tende a ser modificada...a história é bela, mas também é implacável.



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[1] Joilson Bergher – Professor de História e Filosofia, com ênfase em Ética – Brumado, Bahia.

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